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Text integral
Procedură :
Stadiile documentului în şedinţă
Stadii ale documentului : A9-0192/2023

Texte depuse :

A9-0192/2023

Dezbateri :

PV10/07/2023-18
CRE10/07/2023-18

Voturi :

PV11/07/2023-8.16
CRE11/07/2023-8.16

Texte adoptate :

P9_TA(2023)0265

Stenograma dezbaterilor
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Luni, 10 iulie 2023-Strasbourg

18. Măsuri de gestionare, conservare și control aplicabile în zona de aplicare a Acordului privind pescuitul în sudul Oceanului Indian (SIOFA) (dezbatere)
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Proces-verbal
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Puhemies. – Esityslistalla on seuraavana João Pimenta Lopesin kalatalousvaliokunnan puolesta laatima mietintö ehdotuksesta Euroopan parlamentin ja neuvoston asetukseksi Eteläisen Intian valtameren kalastussopimuksen (SIOFA) soveltamisalaan kuuluvalla alueella sovellettavista hoito-, säilyttämis- ja valvontatoimenpiteistä ( - C9-0370/2022 - ) (A9-0192/2023).

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João Pimenta Lopes, relator. – Senhora Presidente, Senhora Comissária, Caros Relatores-Sombra, noto, mais uma vez que, num debate sobre questões relacionadas com a pesca, o comissário responsável não está presente.

A proposta em apreço visa incorporar no Direito da União Europeia as medidas de conservação, de gestão e de controlo adotadas no âmbito do Acordo de Pesca para o Oceano Índico Sul (SIOFA ˗ a Organização Regional de Gestão das Pescas, responsável pela gestão dos recursos haliêuticos na sua zona de aplicação).

As medidas de conservação e de gestão adotadas pela SIOFA são vinculativas para a União Europeia enquanto parte contratante. A proposta da Comissão, agora em apreço, visa transpor as recomendações definidas pela SIOFA desde 2016. Passaram já sete anos desde a decisão sobre tais recomendações.

A proposta da Comissão vai além de vários requisitos das medidas de conservação e de gestão da SIOFA. Por outro lado e na sequência de três processos negociais de transposição de recomendações de organizações de gestão e conservação, a Comissão volta a insistir, nesta transposição, na utilização das chamadas referências dinâmicas, colocando em causa o direito dos operadores a conhecerem as suas obrigações na sua língua materna, tal como estabelecido nos Tratados e reiterado pelo Tribunal de Justiça da UE.

O recurso às ditas referências dinâmicas tem sido sempre recusado pelo Parlamento Europeu, definindo um forte mandato para as rejeitar em negociações interinstitucionais.

Desta feita e após discussão e amplo acordo e maioria na Comissão das Pescas, propõe-se a rejeição da proposta da Comissão Europeia.

Lamentamos quer a apresentação tardia da proposta da Comissão após as recomendações da SIOFA, como a insistência contra a recomendação jurídica na apresentação das ditas referências dinâmicas.

Lamentamos também que, só na iminência de uma rejeição desta proposta por parte de um dos colegisladores, a Comissão tenha decidido afirmar a procura de uma solução para esta e futuras transposições. O figurino das sugestões que a Comissão avançou é nebuloso, pouco claro ou sem ter um enquadramento legal ou orçamental que o possibilite.

Pedem que o Parlamento altere a sua posição, sem se comprometerem de forma clara com o abandono da insistência nas referências dinâmicas. Sugeri, atempadamente, que a proposta pudesse ser retirada. Tal permitiria interromper o processo e ganhar tempo a todos. Nada impediu ou impede a Comissão de o fazer.

Não posso, contudo, aceitar que a Comissão procure substituir-se ao Parlamento Europeu, imiscuir-se no seu papel de colegislador, determinando o que este deve ou não fazer. Trata-se de uma postura inaceitável.

A posição assumida da Comissão das Pescas e que proponho manter foi muito clara: rejeitar esta abordagem e proposta, dar por encerrada a primeira leitura. Convidamos o Conselho a assumir a mesma posição, possibilitando à Comissão Europeia a apresentação de nova proposta que se restrinja às recomendações da SIOFA e que não inclua as ditas referências dinâmicas.

Tal permitirá que o Parlamento se possa pronunciar novamente sobre nova proposta no quadro do respeito entre instituições e os seus procedimentos internos. Posso dar a garantia de que este Parlamento estará tão empenhado, então como sempre, em encontrar uma solução que respeite o princípio do multilinguismo e o direito dos operadores a conhecer as suas obrigações na sua língua materna.

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Věra Jourová, Vice-President of the Commission. – Madam President, honourable Members, I would like to thank the rapporteur for his work on the implementation of the measures under the Southern Indian Ocean Fisheries Agreement.

I welcome the fact that the European Ϸվ acknowledges that this implementation is an EU obligation under international law. Therefore, I regret even more the call to reject the Commission proposal due to divergent views on how to insert into the EU regulation the administrative forms and templates of the international organisation, which under international law operators are required to use in their original format and language in order to be compliant.

While seeking to facilitate the implementation of that specific requirement for EU fishers, the Commission remains fully committed to give practical effect to multilingualism in the European Union. Every citizen should be able to acquaint themselves with all rights and obligations in their respective EU language. We share these values with the European Ϸվ, and I regret that our institutions could not yet find a mutually acceptable solution that could address the concerns mentioned by the rapporteur.

The Commission has offered to make available, on the Commission website, translations into all EU languages of those forms and templates. Alternatively, and instead of dynamic references to measures of international bodies, the Commission is ready to explore the creation of an EU registry as a single point of reference for EU operators, containing all reference, relevant forms and templates of regional fisheries management organisations in their most updated version in all EU languages.

The proposed solutions would allow for swift information of operators in all EU languages in case of any changes of forms or templates at international level. This approach would ensure legal clarity regarding the correct forms to be filled in by EU fishers and avoid unnecessary procedural delays in the implementation of international measures, which would not only put EU fishers in a disadvantaged position but also at risk of involuntary infringement, which in turn could lead to reputational damage for the EU.

The Commission remains ready to discuss these solutions further. Therefore, I urge you to continue this work with the Commission and to refer this file back to the PECH Committee. I can assure you that the Commission will be willing to uphold a mutually agreed solution to this file – also in all future proposals of the same nature. I hope that, in the spirit of mutual sincere cooperation, you can accept the hand that I stretch out to you today.

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Cláudia Monteiro de Aguiar, em nome do Grupo PPE. – Senhora Presidente, Senhora Comissária, é de começar por lamentar que o comissário da tutela não esteja aqui, hoje, connosco, para ouvir aquilo que temos a relatar sobre o acordo aqui em discussão.

Poderíamos discutir hoje as políticas públicas e as regras desenhadas no presente acordo, mas não o faremos. Poderíamos debater a urgência do apoio ao setor das pescas para que a sua gestão seja sustentável e eficiente, mas não o faremos.

Hoje, o que aqui defendemos é o respeito pelo trabalho de cada um de nós, representantes dos cidadãos portugueses, dos cidadãos europeus, enquanto colegisladores do Parlamento.

Senhora Comissária, o Parlamento Europeu pediu e apresentou alternativas ao presente acordo. Adiou votações na Comissão das Pescas para dar tempo à Comissão para emendar as falhas a que sujeitou este acordo. A Comissão fez tábua rasa dos nossos pedidos. Podia discorrer sobre o conteúdo do acordo, mas vejo-me obrigada a sublinhar o facto de os serviços legais das três instituições europeias apontarem falhas à Comissão, a guardiã dos Tratados.

A não tradução dos textos em todas as línguas impede uma verdadeira compreensão e participação de todos os cidadãos na sua própria língua. Ao rejeitarem o multilinguismo, estão a desvalorizar a importância de todos aqueles que representamos e com isso não podemos pactuar.

Rejeitar este acordo é um voto pela igualdade de acesso e de respeito pela comunidade e pelos cidadãos. É um voto de preservação do multilinguismo e um voto que expressa o respeito que exigimos pelo papel do Parlamento Europeu, enquanto colegislador.

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Isabel Carvalhais, em nome do Grupo S&D. – Senhora Presidente, Senhora Comissária, Caros Colegas, começo por agradecer as intervenções dos meus colegas e, muito em especial, a posição de grande hombridade do nosso relator na defesa do Parlamento enquanto colegislador.

É lamentável, sabemos, ter de estar aqui e chegar a esta necessidade de propor rejeitar a proposta da Comissão. Contudo, nós não podemos aceitar que a Comissão argumente sobre este assunto como sendo apenas uma questão de divergências quanto à técnica legislativa que escolheu para os formulários de ORGP a utilizar pelos operadores.

Relembro que existem acórdãos do Tribunal de Justiça da União, nomeadamente os acórdãos de James Elliot e Stichting e ainda a recente opinião, com apenas duas semanas, da advogada-geral do Tribunal de Justiça no processo C-588/21P que, clara e consistentemente, afirmam que nenhuma medida pode substituir a obrigação de publicar todas as informações num jornal oficial.

Ora, defender a publicação de todas as informações nas línguas oficiais da União no Jornal Oficial é assegurar a acessibilidade e a aplicação dos documentos oficiais a todos os cidadãos, muito em particular, é a forma de garantir a segurança jurídica aos nossos operadores. Não é uma questão de divergência técnica.

Temos solicitado, em várias ocasiões, que a Comissão Europeia retire esta proposta no sentido de proceder à sua devida correção, porque o Parlamento só pode e só deve fazer o trabalho que lhe compete e nada mais.

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Izaskun Bilbao Barandica, en nombre del Grupo Renew. – Señora presidenta, señora comisaria, quiero anunciar en este debate mi oposición a la propuesta de la Comisión Europea, censurando tres aspectos de la misma:

En primer lugar está el retraso en transponer unas medidas de conservación, control y ordenación de pesca en el Índico Meridional adoptadas por el Consejo Consultivo de Pesca del Índico: el SIOFA, que llega siete años tarde. La Unión Europea es parte contratante de esta OROP desde 2008, por lo que sus acuerdos la vinculan.

En segundo lugar, la introducción de referencias dinámicas, que tienen la supuesta intención de acelerar la transposición, pero que van mucho más allá de los acuerdos originales, alterando las medidas que se deben transponer.

En tercer lugar, la resistencia a comunicar a los afectados en su propia lengua el alcance de estas medidas.

Hemos expresado estas posiciones claramente a la Comisión en estos meses, pero las posturas no se mueven. Por eso, es hora de decir no a esta forma de hacer que, una vez más, afecta negativamente al sector de la pesca europea.

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France Jamet, au nom du groupe ID. – Madame la Présidente, mes chers collègues, symbole de la puissance maritime française, située au cœur d’une zone de haute mer de 30millions de kilomètres carrés, notre magnifique Île de la Réunion a été désignée comme siège de l’organisation issue des accords APSOI relatifs aux pêches dans le Sud de l’océan Indien conclu entre l’Union européenne, la France et six autres États maritimes. Et je ne peux que m’en réjouir.

Si, évidemment, je partage la position de M.PimentaLopes sur la forme, et notamment sur l’aspect linguistique que mes collègues viennent de relever, j’ai au-delà des remarques à faire sur le fond. Il est quand même préoccupant qu’au terme de ces accords, les politiques européennes aillent dans le sens d’un soutien indéfectible, et je dirais même systématique, à ceux que je qualifierai de financiers de la mer: la pêche macro-industrielle des multinationales.

À l’heure où l’enjeu environnemental est capital et où le développement de l’économie bleue est fondamental, il est nécessaire de préserver notre modèle de pêche traditionnel, ses emplois induits et l’environnement. À commencer par tout ce qui contribuera à lutter contre la pêche illégale, non déclarée et non réglementée, et contre la piraterie. Et pour cela, nous devons nous appuyer sur une coopération renforcée avec tous les États riverains de l’océan Indien, bien sûr, tous, y compris la Chine et l’Inde.

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Gabriel Mato (PPE). – Señora presidenta, señora comisaria, quisiera, en primer lugar, destacar el trabajo que lleva a cabo la Comisión en las organizaciones regionales de ordenación pesquera, contribuyendo decisivamente a la gobernanza de los océanos a escala internacional. Muchas veces me ha escuchado el comisario mis críticas y hoy quiero reiterar nuestra oposición a las medidas discriminatorias e injustas para la flota de la Unión Europea adoptadas en la Comisión del Atún para el Océano Índico.

Dicho esto, señora comisaria, a la hora de transponer los acuerdos, la Comisión impone a los pescadores de la Unión medidas muy estrictas, lo que no sucede con las flotas no comunitarias, y ello implica desigualdad de condiciones entre todos los operadores que faenan en la misma zona y comercializan sus productos en los mismos mercados, con la consiguiente pérdida de competitividad de nuestros operadores frente a los operadores extranjeros.

Otra cuestión que quiero destacar, y ya se ha hecho hoy aquí, es que la transposición debe dejarse en manos de los colegisladores y no realizarse mediante actos delegados, sobre todo para evitar situaciones en las que la Comisión va mucho más lejos de lo acordado.

Finalmente, no quiero dejar pasar por alto una realidad preocupante: es absolutamente inaceptable que la propuesta de la Comisión llegue al Parlamento con meses o incluso, como es el caso, años de retraso, dándose la paradoja de que cuando aprobamos el texto las medidas ya han sido reiteradamente modificadas. Comisaria, establezcan una manera eficaz de transponer rápidamente las medidas adoptadas en las organizaciones internacionales, porque la buena gobernanza, además, empieza por respetar el papel que desempeña cada institución en la Unión Europea.

Pyynnöstä myönnettävät puheenvuorot

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Mick Wallace (The Left). – Madam President, the Irish fishing industry is predicted to lose EUR 43million worth of quota share by 2026 under the EU-UK free trade agreement. This will amount to a 15% reduction in the overall value of Irish fish quotas compared to 2020. Ireland was proportionally massively more impacted by the Brexit agreement than any other Member State. The upcoming review of the common fisheries policy must address the hugely disproportionate impact of Brexit on the Irish fishing industry, including these imbalances in the quota transfers.

But it also needs to increase Irish quota shares overall. Let’s not forget: the common fisheries policy shafted Irish fishermen right from the start. The CFP allows foreign boats to catch up to 85% of the fish in Irish waters. Yet Irish boats get no reciprocal access to the waters of other Member States. It looks like the EU solidarity is in short supply for Ireland’s fishing communities.

(Pyynnöstä myönnettävät puheenvuorot päättyvät)

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Věra Jourová, Vice-President of the Commission. – Madam President, Honourable Members, I would like to thank you for this debate and briefly come back to certain questions raised. In concrete, I will react to the comments regarding the time aspects, translations and the registry.

First, on the time which is needed for transposing measures agreed several years ago, the Commission is working intensively to implement the decisions of all regional fisheries management organisations. However, given the limited resources available, a prioritisation of that work is inevitable. The Commission thus seeks to balance the economic and political significance of the measures to be implemented and the available resources to do that.

Over the last five years, we have been able to table seven such proposals, five out of which are already adopted. At the end of 2017, we had regulations covering measures of only three fisheries management organisations.

Now, on the official translations – as I said earlier – under international law, operators are required to use the relevant forms in their original format and language in order to be compliant, and they are used to doing that, in fact. At the same time, we take very seriously the aspect of being able to consult these forms in one’s own language, which is why the Commission has been exploring alternatives that can combine the legal necessities with the principle of multilingualism, and at the same time ensure an efficient use of the limited resources available.

And the third comment is on the registry. The Commission has genuinely been trying to find a solution that will allow us to fulfil our legal obligations, and provide legal clarity for EU fishing operators and information in every EU language. This is how we started looking at the idea of an EU registry that would allow us – instead of having a dynamic reference to the website of a regional fisheries management organisation – to refer to an online EU registry containing all forms in force at the level of these organisations and making them available in all EU languages. The exact modalities of this EU registry would need to be determined, however, by all three institutions and respect the existing allocation of resources.

In conclusion, I hope that this report will be referred back to the committee so that our two institutions can continue their work and deliver a permanent solution for our fishermen and women.

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João Pimenta Lopes, relator. – Senhora Presidente, Cara Comissária, Caros Relatores—Sombra, registo que a Comissão continua a não abrir mão da sua posição e a contribuir para uma solução.

Registo a insistência, e direi melhor, a teimosia da Comissão Europeia, a mesma teimosia que tenho identificado em outros ficheiros de maior monta e que temos discutido na Comissão das Pescas, com profundo impacto para o sector.

Direi: o bloqueio às possibilidades de renovação da frota, particularmente de pequena pesca costeira e artesanal, que se encontra obsoleta; a insistência em considerar os pescadores como incumpridores à partida, impondo ainda maiores restrições à pesca por via do regulamento de controlo; a insistência em confundir potência de motor com capacidade de pesca; a decisão de impor restrições à pesca de fundo em áreas sem envolver o sector e sem estudos adequados ˗ são exemplos da inflexibilidade que a Comissão sempre demonstra e que, neste caso, continua a demonstrar.

A Comissão procura colocar o ónus da responsabilidade desta decisão sobre o Parlamento Europeu, quando a mão que diz estender, sabe-o tão bem como nós, não é uma garantia de solução.

O registo que propõe carece de acordo tripartido e não garante, neste momento, a inscrição no jornal oficial que oferece a garantia jurídica. Rejeitamos esse ónus que, insisto, recai inteiramente na Comissão nesta transposição.

Poderíamos não estar nesta situação. A posição unânime expressa pelas intervenções em plenário demonstra-o.

Senhora Comissária, aceite com humildade as críticas que aqui foram feitas. Estaremos disponíveis para continuar o trabalho com base numa nova proposta que, insisto, propomos à Comissão que venha a apresentar o mais rapidamente possível.

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Puhemies. – Keskustelu on päättynyt.

Äänestys toimitetaan huomenna tiistaina 11. heinäkuuta 2023.

Ultima actualizare: 29 ianuarie 2024Aviz juridic-Politica de confidențialitate