Prémio Sakharov 2019: os nomeados

Descubra os nomeados deste ano para o Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento do Parlamento Europeu.

Andrei Sacharov and his wife Jelena Bonner © Yury Rost
Andrei Sakharov com a sua mulher Jelena Bonner © Yury Rost

O Parlamento Europeu atribui anualmente o Prémio Sakharov para homenagear pessoas e organizações que defendem os direitos humanos e as liberdades fundamentais. Em 2018, o prémio foi atribuído a Oleg Sentsov.


As nomeações para o Prémio Sakharov podem ser apresentadas pelos grupos políticos e/ou por grupos de, pelo menos, 40 deputados ao Parlamento Europeu. Os grupos políticos podem designar mais de uma pessoa.


Os nomeados para o Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento 2019 são:

Nome

Nomeação proposta por

Alexei Navalny

PPE

Marielle Franco

S&D e GUE. Nomeação também proposta por Verts/ALE. Esta nomeação foi também apoiada por Terry Reintke, Tanja Fajon e 43 outros deputados ao Parlamento Europeu.

Claudelice Silva dos Santos

S&D e GUE

Chefe Raoni

S&D e GUE

Ilham Tohti

Renew Europe. Apoiada por Phillip Bennion, Ilhan Kyuchyuk, Reinhard Bütikofer e 58 outros deputados ao Parlamento Europeu.

Jean Wyllys de Matos Santos

Verts/ALE Esta nomeação foi também apoiada por Terry Reintke, Tanja Fajon e 43 outros deputados ao Parlamento Europeu.

The Restorers (As restauradoras)

ECR

Alexei Navalny é um advogado e ativista político russo. Em 2011, foi detido pela primeira vez pelo seu papel numa manifestação no exterior da Duma. Terminou em segundo lugar nas eleições autárquicas de Moscovo de 2013. Em 2017, publicou um relatório em que atacava a corrupção política e criticava Vladimir Putin e os seus aliados políticos. Este documento provocou manifestações contra a corrupção em muitas cidades russas, que levaram à detenção de mais de 1 000 manifestantes, incluindo a de Navalny. As autoridades impediram-no de participar nas eleições presidenciais de 2018. Alexei Navalny foi preso três vezes em 2018 e 2019 por violar as rigorosas leis russas relativas às manifestações.


Marielle Franco foi uma ativista política e defensora dos direitos humanos brasileira, brutalmente assassinada em março de 2018. Marielle Franco, uma negra bissexual nascida numa favela, ficou conhecida por defender os direitos humanos dos jovens negros, das mulheres, dos habitantes das favelas e das pessoas LGBTI. Também denunciava frequentemente execuções extrajudiciais e outras violações dos direitos humanos cometidas pelos agentes da polícia e pelas forças de segurança do Estado. O seu caso continua em aberto.


Claudelice Silva dos Santos é uma defensora do ambiente e dos direitos humanos brasileira, que se tornou ativista após o brutal assassínio do seu irmão e da sua cunhada devido aos esforços que empreendiam para combater a desflorestação na floresta amazónica do Brasil. É conhecida pela sua posição contra os madeireiros ilegais, os fazendeiros e os produtores de carvão que operam na região de Praia-Alta Piranheira, uma povoação remota da Amazónia.


O Chefe Raoni é uma figura emblemática da luta contra a desflorestação da Amazónia. É um dos grandes líderes do povo caiapó, que vive no coração da Amazónia, e tem dedicado a sua vida à luta pelos direitos dos povos indígenas e à preservação da Amazónia.


Ilham Tohti é um economista uigur que luta pelos direitos da minoria uigur chinesa. É um defensor do diálogo e da aplicação de leis de autonomia regional na China. Em 2014, foi condenado a prisão perpétua sob acusação de separatismo. Apesar disso, continua a ser uma voz de moderação e reconciliação. Desde 2017, mais de um milhão de uigures foram detidos numa rede de campos de internamento.


Jean Wyllys de Matos Santos é um defensor dos direitos humanos, jornalista, professor e político brasileiro. Em 2010, foi eleito deputado federal (pelo PSOL), sendo o primeiro ativista homossexual a conquistar um lugar no Congresso. Durante os seus dois mandatos, apresentou propostas legislativas sobre a igualdade do casamento civil, a legalização do aborto, a regulamentação do trabalho sexual, a legislação sobre a identidade de género, o parto humanizado, a legalização da marijuana e escolas sem preconceitos. Em janeiro de 2019, apesar da sua reeleição, não tomou posse e deixou o Brasil devido a ameaças de morte. Vive na Europa e viaja pelo mundo para denunciar as violações dos direitos humanos no seu país e as políticas regressivas do governo de extrema direita do Presidente Jair Bolsonaro.


The Restorers (As restauradoras) são um grupo de cinco estudantes quenianas - Stacy Owino, Cynthia Otieno, Purity Achieng, Mascrine Atieno e Ivy Akinyi - que desenvolveram o i-Cut, uma aplicação que ajuda as jovens a lidar com a mutilação genital feminina (MGF). A aplicação permite às jovens procurar ajuda, encontrar um centro de salvamento ou comunicar o procedimento às autoridades. A MGF é reconhecida internacionalmente como uma violação dos direitos humanos. No entanto, já foi realizada em mais de 200 milhões de jovens e mulheres vivas atualmente. Todos os anos, mais de três milhões de jovens encontram-se em risco.



Etapas seguintes

Com base nas nomeações oficiais, a Comissão dos Assuntos Externos e a Comissão do Desenvolvimento votam para definir uma lista de três finalistas. Em seguida, a Conferência dos Presidentes - composta pelo Presidente do Parlamento Europeu e pelos líderes dos grupos políticos - seleciona o laureado.

䲹Իá

  • 30 de setembro: apresentação oficial dos nomeados pela Comissão dos Assuntos Externos, pela Comissão do Desenvolvimento e pela Subcomissão dos Direitos Humanos.
  • 24 de outubro: a Conferência dos Presidentes anuncia o vencedor.
  • 18 de dezembro: cerimónia de entrega do Prémio Sakharov em Estrasburgo.
O Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento

Informações suplementares