Como reduzir os resíduos de embalagens na UE? (infografias)

Compras online, comida ou café para levar... Descobre quantos resíduos de embalagens já foram produzidos e como a UE quer reverter a sua tendência crescente.

As embalagens têm diversos formatos (garrafas, recipientes, latas, caixas, sacos), são feitas de diferentes materiais (papel, papelão, plástico, vidro, madeira, metal) e usadas em todas as etapas da ǻçã, desde as matérias-primas até aos produtos processados. Os fabricantes, os transportadores, os supermercados, os restaurantes, as nossas residências - todos precisam das embalagens e usam-nas para proteger e transportar mercadorias.

O que é uma embalagem?

  • Trata-se de um produto que é utilizado para conter, proteger, manusear, entregar ou apresentar mercadorias

Quantos resíduos de embalagens produzimos?  

Todas as embalagens têm o seu custo ambiental. Em média, cada pessoa que reside na União Europeia (UE) gerou 189 kg de resíduos de embalagens em 2021. Em dez anos, a sua quantidade total aumentou mais de 20%.

Infografia que ilustra o volume de resíduos de embalagens por pessoa na União Europeia de 2012 a 2021. Em 2021, os resíduos de embalagens totalizaram 189 kg per capita, o que representa 34 kg numa década.
A quantidade de resíduos de embalagens na UE aumentou 34 kg entre 2012 e 2021

Os números variam de país para país, de apenas 74 kg por pessoa na Croácia aos 246 kg por pessoa na Irlanda.

Em Portugal, produziram-se 177 kg de resíduos de embalagem por pessoa em 2021, sendo que esse valor foi de 145 kg em 2012.

Em 2021, a UE gerou um total de 84,3 milhões de toneladas de resíduos de embalagens, o que significa 4,8 milhões de toneladas mais do que no ano precedente. A maior parte dos resíduos era de papel e papelão (40,3%), seguido do plástico (19%), o vidro (18,5%), a madeira (17,1%) e o metal (4,9%).

Infografia que mostra a quantidade de resíduos de embalagens gerados na União Europeia em 2021 por diferentes tipos de materiais. Os resíduos de embalagens mais comuns foram os de papel e de papelão, com 40,3% do total.
O papel e papelão foram os tipos de resíduos de embalagens gerados mais comuns na UE em 2021

Cerca de 64% dos resíduos de embalagens foram reciclados em 2021 e cerca de 80% foram recuperados, o que significa que os resíduos foram tratados de uma forma ou de outra para que possam servir um propósito útil no futuro (o que também inclui a reciclagem).

Regras da UE sobre embalagens e resíduos de embalagens

As regras europeias em matéria de embalagens e resíduos de embalagens abrangem tanto a conceção de embalagens como a gestão dos resíduos de embalagens. O seu objetivo consiste em harmonizar as medidas nacionais, impedir a ǻçã de resíduos e aumentar a reutilização, a reciclagem e a recuperação. Também estabelecem os requisitos mínimos que as embalagens no mercado da UE devem cumprir.

Estas regras datam de 1994 e foram modificadas em 2018. Em conformidade com os esforços da UE para alcançar uma economia circular até 2050, a Comissão propôs uma nova revisão das regras em novembro de 2022. O Parlamento e o Conselho chegaram a um acordo, que foi aprovado pelos eurodeputados em abril de 2024.


O que muda com as novas regras?

O objetivo consiste em reduzir, reutilizar e reciclar embalagens e aumentar a sua segurança e sustentabilidade. É dado especial destaque às embalagens plásticas, como são particularmente prejudiciais para o ambiente.

Em concreto, as novas regras vão permitir:

- fixar objetivos de redução de embalagens (5 % até 2030, 10 % até 2035 e 15 % até 2040);
- proibir, a partir de janeiro de 2030, vários tipos de embalagens de plástico tais como os sacos de plástico de peso muito reduzido, as embalagens de plástico para frutas e produtos hortícolas frescos, as pequenas porções individuais para molhos, o açúcar e produtos similares, as embalagens miniatura para produtos de higiene pessoal e as embalagens plásticas para malas nos aeroportos;
- proibir, a partir de janeiro de 2030, os poluentes persistentes (também conhecidos como "produtos químicos eternos") utilizados em embalagens de alimentos à prova de fogo ou impermeáveis que possam afetar a nossa saúde;
- incentivar as opções de reutilização e de reabastecimento, estabelecendo objetivos específicos para as embalagens reutilizáveis de bebidas com e sem álcool (em, pelo menos, 10 % até 2030) e proporcionar aos consumidores a possibilidade de usarem os seus próprios recipientes para levar alimentos e bebidas.

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