RELATÓRIOsobre o ponto da situação do debate sobre o Futuro da Europa
5.12.2018-(2018/2094())
Comissão dos Assuntos Constitucionais
Relator: Ramón Jáuregui Atondo
Relatora de parecer (*):Ivana Maletić, Comissão dos Assuntos Económicos e Monetários
(*) Comissão associada – Artigo 54.° do Regimento
- PROPOSTA DE RESOLUÇÃO DO PARLAMENTO EUROPEU
- EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS
- PARECER da Comissão dos Assuntos Económicos e Monetários
- PARECER da Comissão do Comércio Internacional
- PARECER da Comissão do Controlo Orçamental
- PARECER da Comissão da Agricultura e do Desenvolvimento Rural
- ANEXO: CARTA DA COMISSÃO DOS ASSUNTOS JURÍDICOS
- INFORMAÇÕES SOBRE A APROVAÇÃONA COMISSÃO COMPETENTE QUANTO À MATÉRIA DE FUNDO
- VOTAÇÃO NOMINAL FINAL NA COMISSÃO COMPETENTE QUANTO À MATÉRIA DE FUNDO
PROPOSTA DE RESOLUÇÃO DO PARLAMENTO EUROPEU
sobre o ponto da situação do debate sobre o Futuro da Europa
()
O Parlamento Europeu,
–Tendo em conta o Tratado de Lisboa, que altera o Tratado da União Europeia (TUE) e o Tratado que institui a Comunidade Europeia, assinado em 13 de dezembro de 2007,
–Tendo em conta a Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia,
–Tendo em conta a Convenção Europeia dos Direitos Humanos, a Carta Social Europeia, o Protocolo Adicional à mesma e a sua versão revista,
–Tendo em conta o artigo 295.º do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia (TFUE),
–Tendo em conta a reunião informal dos 27 chefes de Estado e de Governo, de 29 de junho de 2016,
–Tendo em conta a Declaração e o Roteiro de Bratislava dos 27 Estados-Membros, de 16 de setembro de 2016,
–Tendo em conta a sua resolução de 25 de outubro de 2016, que contém recomendações à Comissão sobre a criação de um mecanismo da UE para a democracia, o Estado de direito e os direitos fundamentais[1],
–Tendo em conta a sua resolução de 19 de janeiro de 2017 sobre um Pilar Europeu dos Direitos Sociais[2],
–Tendo em conta a sua resolução de 16 de fevereiro de 2017 sobre a melhoria do funcionamento da União Europeia com base no potencial do Tratado de Lisboa[3],
–Tendo em conta a sua resolução de 16 de fevereiro de 2017 sobre possíveis desenvolvimentos e ajustamentos do atual quadro institucional da União Europeia[4],
–Tendo em conta a sua resolução de 16 de fevereiro de 2017 sobre a capacidade orçamental da área do euro[5],
–Tendo em conta a sua resolução de 16 de março de 2017 sobre as implicações constitucionais, jurídicas e institucional de uma Política Comum de Segurança e Defesa: possibilidades oferecidas pelo Tratado de Lisboa[6],
–Tendo em conta o Livro Branco da Comissão de 1 de março de 2017 e os cinco documentos de reflexão subsequentes (, , , , , ),
–Tendo em conta a Declaração de Roma, de 25 de março de 2017,
–Tendo em conta a notificação do Reino Unido, de 29 de março de 2017, da sua intenção de abandonar a União Europeia,
–Tendo em conta a resolução do Comité Económico e Social Europeu, de 6 de julho de 2017, sobre o Livro Branco da Comissão sobre o Futuro da Europa e questões conexas [7],
–Tendo em conta a resolução do Comité das Regiões, de 12 de maio de 2017, sobre o Livro Branco da Comissão sobre o Futuro da Europa – Reflexões e cenários para a UE-27 em 2025 [8],
–Tendo em conta os vários contributos dos parlamentos nacionais para o Livro Branco da Comissão e os documentos de reflexão sobre o futuro da Europa,
–Tendo em conta o discurso sobre o estado da União 2018, proferido em 12 de setembro de 2018 pelo Presidente da Comissão Jean-Claude Juncker,
–Tendo em conta o discurso sobre o estado da União 2017, proferido em 13 setembro de 2017 pelo Presidente da Comissão Jean-Claude Juncker, e o seu roteiro para uma União mais coesa, mais forte e mais democrática, de 24 de outubro de 2017 (),
–Tendo em conta o discurso proferido pelo Presidente francês, Emmanuel Macron na Sorbonne, em 26 de setembro de 2017, intitulado «Iniciativa para a Europa: uma Europa soberana, unida e democrática»,
–Tendo em conta a reunião informal dos Chefes de Estado e de Governo da UE, realizada em Tallin em 29 de setembro de 2017,
–Tendo em conta a Agenda dos Dirigentes, adotada pelo Conselho Europeu em 19 e 20 de outubro de 2017,
–Tendo em conta a Proclamação interinstitucional sobre o Pilar Europeu dos Direitos Sociais, de 17 de novembro de 2017, do Conselho, do Parlamento e da Comissão,
–Tendo em conta o roteiro da Comissão para o aprofundamento da União Económica e Monetária (UEM), de 6 de dezembro de 2017 (COM (2017)0821), e, em particular, a proposta de criação do Fundo Monetário Europeu (FME) (COM (2017)0827), a proposta de incorporação do conteúdo do Tratado sobre Estabilidade, Coordenação e Governação no quadro jurídico da União () e a comunicação sobre Um Ministro Europeu da Economia e das Finanças (),
–Tendo em conta a reunião do Conselho Europeu de 14 e 15 de dezembro de 2017, a reunião de dirigentes e as reuniões da Cimeira do Euro realizadas à margem do Conselho Europeu,
–Tendo em conta a carta de 20 de dezembro de 2017 endereçada por 26 parlamentos nacionais de 20 Estados-Membros sobre a transparência da tomada de decisões em sede de Conselho,
–Tendo em conta a declaração de 10 de janeiro de 2018 adotada na Cimeira dos Países do Sul da União Europeia (Chipre, França, Grécia, Malta, Portugal e Espanha), intitulada «Fazer avançar a UE em 2018», bem como a declaração sobre o Futuro da Europa proferida pelos países do Grupo de Visegrado (República Checa, Hungria, Polónia e Eslováquia) em 26 de janeiro de 2018, e a Declaração Conjunta dos Ministros das Finanças Europeus da Finlândia, da Dinamarca, da Estónia, da Irlanda, da Letónia, da Lituânia, dos Países Baixos e da Suécia, de 6 de março de 2018,
–Tendo em conta a comunicação da Comissão de 13 de fevereiro de 2018, intitulada «Uma Europa que cumpre as suas promessas: opções institucionais para um funcionamento mais eficiente da União Europeia» (),
–Tendo em conta a Recomendação (UE) 2018/234 da Comissão, de 14 de fevereiro de 2018, sobre o reforço da natureza europeia das eleições de 2019 para o Parlamento Europeu e da eficácia do processo eleitoral[9],
–Tendo em conta a reunião informal dos 27 chefes de Estado e de Governo, de 23 de fevereiro de 2018,
–Tendo em conta a sua resolução de 1 de março de 2018 sobre a situação dos direitos fundamentais na União Europeia em 2016[10],
–Tendo em conta a sua resolução de 19 de abril de 2018 sobre a aplicação das disposições do Tratado relativas aos parlamentos nacionais[11],
–Tendo em conta a proposta de regulamento do Conselho de 2 de maio de 2018, apresentada pela Comissão, que estabelece o quadro financeiro plurianual para o período de 2021 a 2027 (),
–Tendo em conta a proposta de decisão do Conselho, de 2 de maio de 2018, apresentada pela Comissão, relativa ao sistema de recursos próprios da União Europeia (),
–Tendo em conta a Cimeira UE-Balcãs Ocidentais de 17 de maio de 2018,
–Tendo em conta o relatório especial do Provedor de Justiça Europeu no quadro do inquérito estratégico OI/2/2017/TE sobre a transparência do processo legislativo do Conselho, de 16 de maio de 2018,
–Tendo em conta a Declaração de Meseberg, de 19 de junho de 2018,
–Tendo em conta a reunião do Conselho Europeu de 28 e 29 de junho de 2018,
–Tendo em conta o parecer do Comité das Regiões com o título «Refletir sobre a Europa: a voz dos órgãos de poder local e regional para restabelecer a confiança na União Europeia», de 9 de outubro de 2018,
–Tendo em conta os debates sobre o futuro da Europa com Chefes de Estado ou de Governo, organizados pelo Parlamento Europeu,
–Tendo em conta a carta da Comissão dos Assuntos Jurídicos,
–Tendo em conta o artigo 52.º do seu Regimento,
–Tendo em conta o relatório da Comissão dos Assuntos Constitucionais e os pareceres da Comissão dos Assuntos Económicos e Monetários, da Comissão do Comércio Internacional, da Comissão do Controlo Orçamental e da Comissão da Agricultura e do Desenvolvimento Rural (A8-0427/2018),
A.Considerando que a União Europeia é um exemplo sem igual de integração supranacional que, desde a revolucionária Declaração Schuman, de 9 de maio de 1950, trouxe uma paz duradoura, a prosperidade e o bem-estar; que a segurança partilhada, o respeito pela dignidade humana, a liberdade, a democracia, a igualdade, o Estado de direito e o respeito pelos direitos humanos e o bem-estar dos povos que a compõem têm estado no centro das suas aspirações e ações;
B.Considerando que a livre circulação de bens, de serviços e de pessoas, a moeda única, o programa Erasmus, a política regional, a política agrícola e de coesão e o programa Horizonte2020 são conquistas fundamentais da União, entre muitas outras, que contribuíram para o bem-estar dos cidadãos europeus; que a União deve ser dotada dos poderes e dos recursos adequados para enfrentar os desafios do século XXI;
C.Considerando que, nos últimos anos, a União enfrentou crises múltiplas que puseram à prova a sua resiliência e a capacidade de agir de forma unida e determinada;
D.Considerando que o período entre 2014 e 2017 foi marcado por políticas monetárias e macroeconómicas mais equilibradas do ponto de vista social, como as políticas não convencionais do Banco Central Europeu, a flexibilidade do Pacto de Estabilidade e Crescimento e do Plano de Investimento para a Europa, que contribuíram para a recuperação económica e social da UE;
E.Considerando que, embora a Europa tenha conseguido conter e, em parte, ultrapassar os momentos mais críticos da crise económica e financeira, continuam por fazer, a nível da UE e dos Estados-Membros, reformas importantes e urgentes no domínio da governação económica, em geral, e na área do euro, em particular, bem como em termos de reforço do mercado único e de recuperação e desenvolvimento das normas sociais dos nossos Estados-providência;
F.Considerando que, perante os múltiplos desafios internos e externos, atuais e futuros, com que a União se depara num contexto global instável e complexo, especialmente em matéria de migração, declínio demográfico, terrorismo, segurança, alterações climáticas, questões ambientais, preservação da ordem mundial multilateral, conclusão da UEM, globalização, comércio internacional livre, justo e baseado em regras, assuntos externos e defesa, desenvolvimento do pilar social e luta contra o populismo antieuropeu, a intolerância e a xenofobia, a UE deveria promover um espírito renovado de cooperação e solidariedade entre os seus Membros baseado nos artigos 2.º e 3.º do TUE e na Carta dos Direitos Fundamentais, ao mesmo tempo que o objetivo consagrado no Tratado de Lisboa de criar uma união cada vez mais estreita entre os povos da Europa deveria continuar a inspirar as ações empreendidas pela União para reforçar a integração europeia e dar resposta eficaz a estes desafios;
G.Considerando que o Parlamento está seriamente preocupado com a ascensão dos movimentos populistas, xenófobos e antieuropeus em toda a Europa; que a União e os respetivos Estados-Membros devem intensificar os seus esforços no sentido de defender e promover os valores democráticos, os princípios fundadores e os objetivos da integração europeia;
H.Considerando que o referendo realizado no Reino Unido em junho de 2016, que levou à notificação por este país, em 29 de março de 2017, da sua intenção de abandonar a União Europeia, intensificou o debate sobre o futuro da União; que as negociações sobre a saída prevista do Reino Unido da UE demonstraram o elevado grau de interdependência dos Estados-Membros, até que ponto todos dependemos de políticas e instrumentos comuns e os custos de uma saída;
I.Considerando que a intensificação do debate sobre o futuro da Europa está patente, não só nas próprias resoluções do Parlamento sobre o futuro da Europa de 16 de fevereiro de 2017, na Declaração e no Roteiro de Bratislava, no Livro Branco da Comissão sobre o Futuro da Europa, na Declaração de Roma, na Agenda dos Dirigentes adotada pelo Conselho Europeu em outubro de 2017 e em diversas contribuições de Estados-Membros, a título individual ou em grupo, bem como do Comité Económico e Social Europeu e do Comité da Regiões, mas também nos debates em plenário realizados no Parlamento Europeu sobre o «Futuro da Europa» com chefes de Estado ou de governo, nas reuniões das comissões interparlamentares e na organização de diálogos e consultas aos cidadãos por várias instituições, organismos e Estados-Membros;
J.Considerando que a sondagem Parlómetro realizada entre 8 e 26 de setembro de 2018 revela que 62% dos inquiridos consideram que a adesão dos seus países é positiva, enquanto 68% consideram que o seu país beneficiou com a adesão à UE, valor que é o mais elevado desde 1983;
K.Considerando que os valores e os princípios em que a União se baseia representam uma esfera com a qual todos os cidadãos europeus se podem identificar, independentemente das diferenças políticas ou culturais ligadas à identidade nacional;
L.Considerando que as próximas eleições para o Parlamento Europeu constituem uma oportunidade para fazer o balanço do debate sobre o futuro da Europa, à luz, também, das principais prioridades institucionais do Parlamento Europeu, da Comissão e do Conselho para a nova legislatura;
M.Considerando que a UE está a atravessar um período particularmente importante no seu processo de construção, tendo em conta a natureza e a dimensão dos seus desafios, e que estes só poderão ser resolvidos trabalhando em conjunto, através de uma maior e melhor integração e solidariedade entre os Estados-Membros, tirando pleno partido das atuais disposições do Tratado de Lisboa e, subsequentemente, reformando os Tratados, a fim de melhorar a tomada de decisões institucionais e garantir o devido equilíbrio de competências;
N.Considerando que as reformas institucionais deveriam ter por objetivo tornar os processos de tomada de decisão mais democráticos e reforçar a transparência da tomada de decisões e a responsabilização da União e das suas instituições; que, à luz destes objetivos, é este o momento adequado e oportuno para promover a participação efetiva dos cidadãos no projeto europeu, organizar consultas e encorajar um diálogo regular com os cidadãos e as associações que os representam, em consonância com as disposições do artigo11.º do TUE;
O.Considerando que a União precisa de uma estrutura de governo mais forte, com um maior controlo democrático pelo Parlamento Europeu, para enfrentar os desafios atuais e futuros; que a transparência e a integridade das instituições e dos organismos da UE são essenciais para reforçar a credibilidade e a confiança dos cidadãos;
P.Considerando que a Declaração franco-alemã de Meseberg contém uma série de reflexões e propostas para reforçar a cooperação europeia, em particular no domínio da governação económica;
Q.Considerando que a promoção de uma dimensão europeia da cultura e da educação é fundamental para reforçar a cidadania europeia, atendendo a que a União padece que um défice de conhecimento que faz com que as conquistas da União tendam a ser tomadas como certas pelas gerações mais jovens;
1.Recorda que as resoluções do Parlamento sobre o futuro da Europa, de 16 de fevereiro de 2017, sublinham a importância do quadro institucional único e do método comunitário e sugerem várias propostas e iniciativas de especial importância para a integração europeia que podem contribuir para a construção do futuro da Europa;
2.Sublinha que a União deve enfrentar os desafios vindouros com mais e melhor integração política, no respeito pleno e promoção dos direitos humanos, das liberdades fundamentais e dos princípios democráticos, e através da cooperação; chama a atenção para o facto de os cidadãos desejarem uma Europa que proteja os seus direitos, o seu bem-estar e o modelo social com base na soberania partilhada, o que requer uma integração política adequada; convida os Chefes de Estado e de Governo a prosseguirem esta via num espírito renovado de solidariedade e colaboração;
3.Salienta que todos os Chefes de Estado ou de Governo que se dirigiram ao Parlamento em sessão plenária durante os debates sobre o futuro da Europa reconheceram a necessidade de juntos enfrentar os desafios do futuro e de fazer melhor o que só em conjunto se poderá alcançar;
4.Reitera a sua convicção de que a integração diferenciada deve continuar a ser uma opção aberta a todos os Estados-Membros e permanecer um método de aprofundamento da integração e da solidariedade europeias, o que não deve ser confundido com a ideia de uma Europa à la carte; insiste na necessidade de evitar toda e qualquer impressão de que é criada uma adesão de primeira e de segunda classe na União Europeia, no âmbito do atual debate sobre a integração diferenciada;
5.Recorda que a integração diferenciada não deve ser uma forma de reduzir a integração política;
6.Salienta que a crise provocou um desequilíbrio entre as principais instituições da União e que o Conselho Europeu está a exercer a sua própria iniciativa política em detrimento do direito de iniciativa da Comissão e a reforçar o método intergovernamental; considera, no entanto, que o método comunitário é o que melhor se adequa ao funcionamento da União; recorda as numerosas resoluções adotadas pelo Parlamento a este respeito e reitera o seu apelo ao Conselho Europeu para que respeite plenamente os limites das suas competências, conforme consagrado, em particular, no artigo15.º do TUE;
7.Reitera que a unanimidade exigida pelos Tratados em algumas matérias fundamentais é um obstáculo quase inultrapassável em momentos e decisões importantes, pelo que defende, para os processos de decisão, o princípio da votação por maioria qualificada (VMQ) no Conselho e, para o ramo legislativo, a utilização do processo legislativo ordinário em todos os domínios em que tal seja possível; recorda que, ao abrigo dos atuais Tratados, tal pode ser alcançado utilizando as várias cláusulas-ponte ou, no caso de cooperação reforçada, recorrendo ao artigo333.º do TFUE;
8.Congratula-se, neste contexto, com o anúncio feito pelo Presidente Juncker nos seus discursos sobre o Estado da União, de 13 de setembro de 2017 e 12 de Setembro de 2018, da intenção de propor a utilização da VMQ no Conselho para certos domínios políticos, mas lamenta que o Regulamento relativo ao Quadro Financeiro Plurianual (QFP) não figure entre as questões referidas;
9.Congratula-se, em particular, com o facto de a Comissão ter proposto a utilização da VMQ no âmbito da Política Externa e de Segurança Comum (PESC) para as tomadas de posição sobre questões de direitos humanos em fóruns internacionais, as decisões relativas ao estabelecimento de regimes de sanções e as decisões relativas ao lançamento ou execução de missões civis em resposta a crises no estrangeiro, dada a importância de acelerar e tornar mais eficaz o processo de tomada de decisões e a necessidade de a União falar mais vezes a uma só voz;
10.Reitera a sua sugestão de transformar o Conselho numa verdadeira câmara legislativa, em pé de igualdade com o Parlamento, como referido na sua resolução de 16 de fevereiro de 2017 sobre a melhoria do funcionamento da União Europeia com base no potencial do Tratado de Lisboa, e de melhorar a transparência do seu processo de decisão; refere, neste contexto, o relatório especial do Provedor de Justiça sobre a transparência do processo legislativo do Conselho e a carta das delegações à COSAC, de 20 de dezembro de 2017, onde se apela a uma maior transparência no processo de tomada de decisões, em especial por parte do Conselho e de organismos informais, como o Eurogrupo, em conformidade com pedidos semelhantes formulados pelo Parlamento a este respeito;
11.Considera que há diferentes possibilidades de tornar a Comissão mais ágil, adaptando a estrutura e os métodos de trabalho do colégio de comissários, por exemplo, através da nomeação de vice-presidentes responsáveis por um conjunto de políticas ou da nomeação de comissários seniores e comissários adjuntos;
12. Recorda que, apesar de o Parlamento não dispor de um direito formal de iniciativa legislativa ao abrigo dos Tratados em vigor, pode solicitar à Comissão que apresente uma proposta adequada em matérias que, no seu entender, exigem um ato da União para efeitos de aplicação dos Tratados, e recorda à Comissão, em conformidade com o artigo10.º do Acordo Interinstitucional de 13 de abril de 2016 sobre Legislar Melhor[12], a sua obrigação de examinar rapidamente e em pormenor os pedidos de propostas de atos da União; recorda, além disso, que este acordo interinstitucional também contém disposições sobre a programação interinstitucional anual e plurianual, que representa mais um instrumento para o Parlamento orientar a agenda legislativa;
13.Reitera a sua proposta nos termos da qual, no caso de uma eventual futura revisão dos Tratados, o direito de iniciativa legislativa também poderia ser atribuído ao Parlamento Europeu enquanto representante direto dos cidadãos da UE;
14.Insiste em que o poder de controlo do Parlamento e, em particular, o seu direito de inquérito deveriam ser reforçados e em que lhe deveriam ser atribuídos poderes específicos, genuínos e claramente delimitados;
15.Toma nota do relatório do Grupo de Trabalho Subsidiariedade, Proporcionalidade e «Fazer menos com maior eficiência», de 10 de julho de 2018, que formula recomendações sobre uma nova forma de trabalhar no contexto da subsidiariedade e da proporcionalidade; considera que muitas dessas recomendações, sobretudono que se refere ao papel dos parlamentos nacionais na União e à desejável reforma do sistema de alerta precoce, já foram sublinhadas pelo Parlamento; relembra que o Grupo de Trabalho concluiu que existe valor acrescentado da UE em todos os atuais domínios de atividade da UE, não tendo, por isso, identificado quaisquer competências ou domínios de intervenção dos Tratados que devam ser redelegados definitivamente, no todo ou em parte, nos Estados-Membros;
16.Congratula-se com as recomendações das diferentes instituições que apelam a um papel mais ativo para os parlamentos nacionais, especialmente no que se refere ao controlo da ação dos respetivos governos nas instituições europeias; recorda igualmente o papel fundamental das autoridades locais e, em particular, dos parlamentos regionais que têm poderes legislativos;
17.Salienta a importância da cooperação a nível interinstitucional, no respeito das prerrogativas de cada instituição, tal como consagradas nos Tratados, cooperação essa a que o acordo interinstitucional «Legislar melhor», de 13 de abril de 2016, veio dar um novo enquadramento, e sublinha que a simplificação é um exercício permanente que visa facilitar a compreensão dos processos e procedimentos a nível da UE, zelando por que os pontos de vista de todas as partes interessadas sejam tidos em conta e, em última análise, facilitando a participação dos cidadãos nos trabalhos da União Europeia;
18.Congratula-se com a proclamação conjunta da criação do Pilar Europeu dos Direitos Sociais, assinada pelo Conselho, o Parlamento e a Comissão durante a Cimeira Social de Gotemburgo para o Emprego Justo e o Crescimento; salienta que as competências e os instrumentos necessários para cumprir o pilar estão principalmente nas mãos das autoridades locais, regionais e nacionais, bem como dos parceiros sociais e da sociedade civil, enquanto o Semestre Europeu proporciona um quadro para vigiar o desempenho dos Estados-Membros nesta matéria; recorda, ainda, neste contexto, que o diálogo social se revelou um instrumento indispensável para melhorar o processo de elaboração das políticas e da legislação da UE e reforçar a sua legitimidade social;
19.Assinala, contudo, o caráter não vinculativo do pilar social, o qual, por si só, é incapaz de deslocar o foco da UE de forma a passar das políticas macroeconómicas, do mercado interno e da política orçamental para metas sociais; salienta que a cláusula social horizontal consagrada no artigo9.º do TFUE exige que a União analise cuidadosamente o impacto da legislação da UE nas normas sociais e de emprego, após a devida consulta dos atores sociais;
20.Salienta que a proteção ambiental tem de ser uma das grandes prioridades da UE, tendo em conta a atual degradação ambiental, e que deve ser integrada em todas as políticas e ações da União; sublinha que a UE deveria tomar medidas eficazes visando reduzir as emissões de gases com efeito de estufa e aumentar a percentagem de energias renováveis no cabaz energético e nas poupanças de energia para os níveis necessários para cumprir os objetivos estabelecidos no Acordo de Paris;
21.Exorta novamente os Estados-Membros a assinar e ratificar a Carta Social Europeia revista e a Convenção Europeia de Segurança Social (STE n.º 78);
22.Realça a importância de prosseguir o processo de aprofundamento e conclusão da UEM, a fim de contribuir para a preservação da estabilidade da moeda única e reforçar a convergência das políticas económicas, orçamentais e laborais e das normas sociais entre os Estados-Membros; repete que, com exceção da exclusão voluntária da Dinamarca, cada um dos Estados-Membros está obrigado a adotar o euro; apoia a adoção de medidas adicionais para desenvolver o MEE;
23.Salienta, a este respeito, a necessidade de forte empenho político, governação eficiente e responsabilização democrática a nível europeu e nacional, em particular, de controlo parlamentar nas várias fases do Semestre Europeu, tanto pelo Parlamento Europeu como pelos parlamentos nacionais, para que a governação económica e financeira da área do euro se faça com maior legitimidade social, económica e democrática e para melhorar o seguimento dado às recomendações da União;
24.Recorda o ponto de vista que defendeu na sua resolução de 16 de fevereiro de 2017 sobre possíveis desenvolvimentos e ajustamentos do atual quadro institucional da União Europeia, no sentido de que a política orçamental e económica se deve tornar uma «competência partilhada» entre a União e os Estados-Membros;
25.Observa a convergência das posições assumidas pela França e a Alemanha relativamente à ideia de uma capacidade orçamental para a área do euro; reitera a sua opinião de que essa capacidade deveria ser desenvolvida no quadro da UE;
26.Toma nota da proposta da Comissão relativa a um Instrumento Europeu de Estabilização do Investimento e está a analisar novas ferramentas orçamentais vocacionadas para a estabilização;
27.Toma nota da proposta da Comissão relativa a um Programa de Apoio às Reformas; salienta a importância de não enfraquecer os poderes do Parlamento em matéria de codecisão e supervisão no quadro da utilização dos fundos da UE; manifesta a sua preocupação pelo facto de só terem sido plenamente aplicadas 9% das recomendações específicas por país (REP) no período de 2011-2017; toma nota do mecanismo de convergência, que dará um incentivo e ajudará os Estados-Membros não participantes na área do euro mas que seguem políticas fiscais e económicas sustentáveis a aplicar reformas e a preencher os critérios de introdução do euro;
28.Congratula-se com o futuro programa InvestEU e salienta que o fundo deveria continuar a reduzir o défice de investimento na UE; apoia os investimentos em ativos corpóreos e incorpóreos, incluindo o património cultural, para fomentar o crescimento, o investimento e o emprego, com especial enfoque nas PME, nas sociedades de pequena e média capitalização e nas empresas sociais, contribuindo assim para a melhoria do bem-estar, para uma repartição mais justa do rendimento e para a coesão económica, social e territorial na União;
29.Toma nota da comunicação da Comissão sobre um Ministro Europeu da Economia e das Finanças; salienta que a fusão dos cargos de vice-presidente da Comissão para os Assuntos Económicos e de Presidente do Eurogrupo contribuiria para melhorar a responsabilização perante o Parlamento a nível europeu;
30.Considera que o futuro orçamento da UE deveria promover o valor acrescentado europeu em termos de impacto socioeconómico, apoiar a modernização das políticas da UE, assegurar o financiamento dos novos desafios e continuar a contribuir para a convergência económica e social e a coesão entre os Estados-Membros e no interior destes, de modo a incrementar a solidariedade, a estabilidade, a igualdade e o crescimento inteligente, sustentável e inclusivo na Europa (à luz, nomeadamente, dos compromissos assumidos pela UE no âmbito do Acordo de Paris), assegurar o respeito e a promoção dos valores fundamentais consagrados nos artigos2.º e 3.º do TUE e ser dotado de novos recursos próprios, tendo em conta o trabalho do Grupo de alto nível sobre os recursos próprios;
31.Congratula-se com a proposta da Comissão relativa aos recursos próprios que introduz novos recursos próprios efetivos, tal como solicitado pelo Parlamento, mas lamenta que não sejam contempladas outras fontes de rendimentos possíveis; expressa preocupação quanto à proposta da Comissão relativa ao QFP para o período 2021-2027, na medida em que não prevê um compromisso financeiro para dar resposta aos desafios com que a UE se depara atualmente, bem como aos que se avizinham; lamenta as posições assumidas por alguns Estados-Membros que se recusam a fornecer mais recursos à UE, apesar de todos reconhecerem a necessidade de enfrentar novos desafios e responsabilidades, e, por conseguinte, a necessidade de mais recursos financeiros; salienta que as despesas a nível da UE podem gerar poupanças a nível nacional ao evitarem a duplicação e proporcionarem economias de escala;
32.Sublinha a importância de assegurar a convergência económica e social ascendente no processo do Semestre Europeu; reconhece a importância da criação do pilar europeu dos direitos sociais; observa que o Semestre Europeu foi reforçado e simplificado, mas salienta que uma maior participação dos parlamentos nacionais ajudaria a melhorar a apropriação nacional, o que conduziria a uma melhor aplicação das REP, melhorando assim o processo do Semestre Europeu; observa que os Estados-Membros são os primeiros e principais responsáveis pela escolha de políticas orçamentais e económicas adequadas e sustentáveis;
33.Lamenta que o seu apelo à elaboração de um código de convergência — a adotar pelo processo de codecisão — visando estabelecer um quadro mais eficaz para a coordenação das políticas económicas ainda não tenha tido quaisquer efeitos práticos; recorda, além disso, que, apesar de reconhecer que o Semestre Europeu já foi simplificado, o Parlamento solicitou a celebração de um acordo interinstitucional que confira ao Parlamento um papel mais importante no Semestre Europeu; recorda, neste contexto, a sugestão que, concretamente, fez na sua resolução sobre a implementação das disposições do Tratado de Lisboa relativas aos parlamentos nacionais no sentido de uma melhor coordenação dos calendários orçamentais a nível nacional e europeu ao longo de todo o processo, a fim de melhor envolver o Parlamento Europeu e os parlamentos nacionais no Semestre Europeu;
34.Sublinha a importância do empenho no processo de conclusão da união bancária e a necessidade de garantir a abertura e a igualdade de tratamento a todos os Estados-Membros que nela participem; recorda que a conclusão da união bancária, com um sistema europeu de seguro de depósitos e um mecanismo de segurança orçamental («fiscal backstop») para o Fundo Único de Resolução, deve prosseguir, tal como as medidas destinadas a garantir uma redução dos riscos;
35.Congratula-se com as propostas de combate ao branqueamento de capitais apresentadas pela Comissão no contexto da revisão do Sistema Europeu de Supervisão Financeira (SESF); encoraja o Conselho a concluir, em conjunto com o Parlamento, as negociações legislativas antes do termo da atual legislatura, atendendo a que é necessário reforçar as políticas de luta contra o branqueamento de capitais para, no futuro, evitar que as instituições financeiras facilitem ativamente o branqueamento de capitais;
36.Convida a Comissão, com a ajuda das autoridades europeias de supervisão, a identificar e eliminar os obstáculos ao mercado interno e ajudar a garantir a proteção dos consumidores; considera que uma das principais prioridades da Comissão deveria ser a aplicação efetiva da legislação da UE;
37.Insta a Comissão a preferir os regulamentos às diretivas enquanto instrumento legislativo para regulamentar a união bancária e os serviços financeiros, sempre que adequado e numa base casuística, para evitar que haja fragmentação e que as autoridades de supervisão tenham de lidar com regimes nacionais diferentes;
38.Salienta a necessidade urgente de concluir a união dos mercados de capitais; sublinha que a existência de mercados de capitais sólidos e bem integrados complementa a união bancária, uma vez que estes contribuem para a partilha do risco no setor privado, aumentando a convergência económica, contribuindo para atenuar choques futuros e, possivelmente, levando a uma melhor atribuição de fundos, sempre que necessário; apela à realização de um estudo abrangente sobre o quadro mais adequado para melhor ter em conta a rápida evolução dos serviços financeiros; chama a atenção para o facto de que a melhoria do acesso a fontes de financiamento adicionais seria particularmente útil para as empresas em fase de arranque e as PME, promovendo o seu crescimento sólido e desenvolvimento sustentável;
39.Congratula-se com o trabalho efetuado até ao momento e considera necessário prosseguir a reforma geral da legislação em vigor em matéria de IVA; considera indispensável intensificar a luta contra a fraude, a elisão e a evasão fiscais; regista o trabalho da Comissão em matéria de tributação justa da economia digital;
40.Insta todas as instituições e organismos da UE, incluindo a Comissão, o Banco Central Europeu, o Banco Europeu de Investimento e o Mecanismo Único de Supervisão a intensificarem ainda mais os seus esforços de comunicação, a fim de explicar melhor o seu trabalho e melhorar as informações disponibilizadas aos cidadãos da UE;
41.Salienta que a Europa é, e deve continuar a ser, uma força positiva no mundo, defendendo os seus valores, o multilateralismo e o direito internacional; relembra que a União e os seus Estados-Membros são o maior contribuinte para a ajuda internacional ao desenvolvimento;
42.Congratula-se com a decisão do Conselho que estabelece uma cooperação estruturada permanente (CEP), a análise anual coordenada em matéria de defesa (AACD) e o Fundo Europeu de Defesa (FED), enquanto passos importantes no sentido de uma política de defesa comum, e assinala as propostas de alguns Estados-Membros relativas a um Conselho de Segurança da UE e a uma iniciativa de intervenção europeia; recorda o seu apelo à criação de um Conselho permanente de ministros da Defesa, presidido pelo vice-presidente da Comissão/Alto Representante da União para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança (VP/AR), e sublinha a importância de um controlo democrático adequado das decisões tomadas a este respeito, bem como a necessidade de uma cooperação reforçada entre o Parlamento Europeu e os parlamentos nacionais nesta matéria;
43.Congratula-se com o reforço do Mecanismo Europeu de Proteção Civil e apela, uma vez mais, à criação de um Corpo Europeu de Proteção Civil, uma vez que os Tratados em vigor constituem uma boa base para o efeito;
44.Relembra a adesão pendente da União à Convenção Europeia dos Direitos Humanos, e solicita a incorporação das disposições do Tratado Euratom no TUE e no TFUE;
45.Lamenta a ausência de um acordo entre os Estados-Membros quanto às prioridades e à aplicação de uma política global de imigração a nível da UE que permita organizar e regular os fluxos migratórios, controlar as nossas fronteiras externas de forma mais eficaz, cooperar com os países de origem e de trânsito e garantir o respeito dos direitos fundamentais dos migrantes e requerentes de asilo, entre outros objetivos; sublinha a necessidade de ultrapassar os interesses manifestamente contraditórios dos Estados-Membros, assim como o descontentamento expresso pelos cidadãos, de modo a não comprometer o projeto de integração europeia, que é diretamente prejudicado pela instrumentalização da questão da migração pelos partidos eurocéticos;
46.Recorda a sua posição relativamente à revisão do sistema de Dublim; sublinha, além disso, a importância de reforçar a sua parceria com a África e toma nota da comunicação da Comissão de 12 de setembro de 2018, intitulada «Reforçar as vias legais para a Europa: uma componente indispensável de uma política de migração equilibrada e global» (COM (2018) 0635);
47.Frisa a importância de uma política agrícola comum (PAC) sustentada por um envelope financeiro adequado; recorda a importância fulcral da PAC na história da União; sublinha o papel fundamental que desempenha na garantia de zonas rurais pujantes e um abastecimento alimentar seguro; observa que a futura reforma da PAC é uma oportunidade para reforçar a consecução destes objetivos; relembra que a PAC é uma das políticas mais antigas —e deve continuar a ser uma das políticas mais importantes e mais integradas —, e que continuará a contribuir para a construção do futuro da Europa através de uma maior integração, da preservação do ambiente, da segurança alimentar e da proteção dos cidadãos da UE; salienta o elevado potencial das políticas agrícolas e de desenvolvimento rural em termos de fornecimento de bens públicos; salienta que a agricultura europeia desempenha um papel vital na alimentação do planeta e na criação de emprego para 46milhões de pessoas; sublinha o papel desempenhado pela PAC na preservação do estado e da qualidade dos solos, da água e de outros recursos naturais; realça o papel crucial da agricultura nas prioridades da União para atenuar o efeito das alterações climáticas e promover um desenvolvimento sustentável; sublinha a importância de uma PAC devidamente financiada e reformada para dar resposta aos numerosos desafios que a União terá de enfrentar no futuro; sublinha que a PAC não se resume apenas à agricultura e aos agricultores, mas procura também apoiar e desenvolver as comunidades rurais mais vastas no seio das quais estes exercem a sua atividade;
48.Insiste em que é imperativo que a política comercial comum permaneça um pilar fundamental da política externa da União, por ter repercussões diretas na vida dos cidadãos, e que dê um contributo para a União se adaptar ao seu novo papel num mundo de vários intervenientes principais na esfera internacional; insta o Conselho, a Comissão e o Serviço Europeu para a Ação Externa a cooperarem nos seguintes domínios:
a)Reforçar a política comercial comum, integrando-a num quadro político mais vasto; assumir a liderança da política comercial mundial aos níveis multilateral e bilateral;
b)Liderar a defesa de um sistema aberto, baseado rem regras, equitativo e sustentável de comércio global orientado para o desenvolvimento, garantir que as empresas da UE possam operar a nível mundial num quadro de igualdade de condições, regras previsíveis, concorrência leal e obrigações definidas, que incluam a cooperação construtiva visando uma posição comum da União no âmbito das negociações intergovernamentais da ONU sobre a responsabilidade por violações dos direitos humanos e a promoção da responsabilidade e de obrigações vinculativas em matéria de dever de diligência por parte das empresas no que diz respeito às cadeias de abastecimento e de produção;
c)Manter o Parlamento plena e oportunamente informado sobre as negociações e o mandato do Conselho e no decurso da execução de acordos internacionais, para garantir que esteja apto a exercer as suas competências e prerrogativas; simplificar e abreviar os processos de negociação e reforçar o controlo do Parlamento desde o princípio; aumentar a transparência para com os cidadãos da UE, publicando as diretrizes de negociação (mandatos) para os acordos comerciais antes do início das negociações; respeitar plenamente as disposições dos Tratados e a jurisprudência recente da UE que estabelecem que a política comercial comum é da competência exclusiva da União;
d)Incluir sistematicamente, nos acordos comerciais, capítulos sobre o comércio digital e as PME, bem como disposições vinculativas e aplicáveis relativas ao comércio e ao desenvolvimento sustentável, para além das relativas à igualdade de género, e ser o primeiro a defender estes temas nos debates multilaterais; defender a privacidade dos dados dos cidadãos da UE;
e)Reforçar a coerência da política comercial comum com a Política Externa e de Segurança Comum (PESC), a política europeia de desenvolvimento e a política climática, a fim de garantir os valores e objetivos estabelecidos no artigo3.º, n.º5, do Tratado da União Europeia (TUE) e nos artigos21.º, 207.º e 208.º do TFUE, aderindo plenamente ao Consenso Europeu sobre o Desenvolvimento;
49.Considera que a União deve continuar a promover o comércio internacional, defendendo, ao mesmo tempo, normas sociais, laborais e ambientais; adverte contra as guerras comerciais, que apenas produzem derrotados e aumentam as tensões políticas e em matéria de segurança;
50.Recorda que o artigo 17°, n° 7, do TUE prevê que, «tendo em conta as eleições para o Parlamento Europeu e depois de proceder às consultas adequadas, o Conselho Europeu propõe ao Parlamento Europeu um candidato ao cargo de Presidente da Comissão. O candidato é eleito pelo Parlamento Europeu por maioria dos membros que o compõem»; sublinha a sua determinação em prosseguir o processo de designação dos Spitzenkandidaten (cabeças de lista) para a eleição do próximo Presidente da Comissão e congratula-se com o apoio da Comissão e de alguns Estados-Membros nesta matéria; salienta que, no processo de investidura do Presidente da Comissão, a realização de consultas adequadas ao Parlamento assume uma importância decisiva, uma vez que, depois das eleições, será este a determinar o candidato que pode ser apoiado por uma maioria dos membros que o compõem, transmitindo o resultado das suas deliberações internas ao Conselho Europeu; recorda que o candidato deverá ter sido designado «辱ٳ첹Ի徱岹» por um dos partidos políticos europeus e ter feito campanha para o cargo de Presidente da Comissão no âmbito das eleições europeias; considera que esta prática se revelou amplamente válida, reforçando a legitimidade social das eleições europeias e o papel supranacional do Parlamento Europeu enquanto expoente da cidadania e da soberania europeias; alerta, uma vez mais, para o facto de o Parlamento Europeu estar disposto a, durante o processo de investidura do Presidente da Comissão, rejeitar todo o candidato que não tiver sido designado «辱ٳ첹Ի徱岹» no período que antecedeu as eleições europeias;
51.Lamenta a tentação frequente e generalizada para atribuir as decisões impopulares a «Bruxelas» e para eximir as autoridades nacionais das suas responsabilidades e ações políticas, dado que esta atitude injusta e oportunista prejudica a Europa, promove sentimentos antieuropeus e o nacionalismo e descredibiliza as instituições da UE; considera, além disso, que a falsa imputação de responsabilidades é contrária ao imperativo de responsabilização da ação governamental; salienta que a implementação e execução adequadas do direito da UE é essencial para levar as políticas da União a bom porto e para promover a confiança mútua entre a União, os Estados-Membros e os cidadãos, declarando-se preocupado com as ações dos Estados-Membros que, deliberadamente, não o fazem;
52.Sublinha a necessidade de uma maior avaliação das consequências sociais e ambientais das políticas da UE, tendo também presente o custo da não legislação ao nível europeu (o chamado «custo da não-Europa»);
53.Destaca a necessidade de consagrar uma especial atenção ao direito administrativo da UE, como indicado na sua resolução de 9 de junho de 2016, em que se apela a uma administração europeia aberta, eficaz e independente[13];
54.Sublinha a necessidade de reforçar o espaço público europeu enquanto espaço democrático supranacional; salienta que os grandes desafios que a Europa enfrenta devem ser enfrentados e debatidos numa perspetiva europeia e não, unicamente, nacional, dando pleno cumprimento às disposições consagradas nos artigos10.º e 11.º do TUE; salienta que, em consequência, é preciso que a democracia europeia reforce a dimensão transnacional dos seus objetivos e desafios, promovendo, ao mesmo tempo, uma cidadania europeia baseada nos valores comuns da União Europeia, com mais educação institucional europeia e um enquadramento social deliberativo mais participativo, e com uma campanha mais europeia e menos centrada nas questões nacionais para as próximas eleições europeias de 2019;
55.Congratula-se com a abordagem adotada pela União nas negociações em curso sobre a saída ordenada do Reino Unido da União Europeia e sublinha a notável unidade patenteada pelas instituições da UE e os Estados-Membros; observa que a experiência adquirida até à data nas negociações confirmou a enorme complexidade de tais decisões;
56.Salienta uma vez mais que nem a soberania nacional nem a subsidiariedade podem justificar ou legitimar a recusa sistemática de um Estado-Membro em respeitar os princípios fundamentais da União Europeia que inspiraram os artigos introdutórios dos Tratados europeus, que todos os Estados-Membros voluntariamente subscreveram e se comprometeram a respeitar; realça, além disso, que a defesa destes valores é fundamental para a coesão do projeto europeu, os direitos de todos os europeus e a necessária confiança mútua entre os Estados-Membros; solicita mais uma vez à Comissão que rapidamente apresente uma proposta para dar cumprimento à resolução do Parlamento Europeu de 25 de outubro de 2016, que contém recomendações à Comissão sobre a criação de um mecanismo da UE para a democracia, o Estado de direito e os direitos fundamentais;
57.Relembra que, de acordo com o Tribunal de Justiça (Processos apensos C-8/15P a C-10/15P[14]), as instituições europeias estão obrigadas a respeitar e apoiar as disposições da Carta dos Direitos Fundamentais da UE, mesmo quando agem fora do quadro jurídico da UE;
58.Reitera que, no âmbito do debate sobre o futuro da Europa, é preciso ter em conta a forma como o sistema orçamental da União pode ser reformado para assegurar um orçamento adequado que garanta o financiamento das políticas projetadas, um maior equilíbrio entre a previsibilidade e a capacidade de resposta, e para assegurar que os mecanismos de financiamento global não sejam mais complexos do que o necessário para atingir os objetivos políticos da União e garantir a responsabilização; considera indispensável reforçar a pré-condicionalidade das políticas sempre que seja necessário e sem prejudicar o funcionamento dos programas, de modo a garantir a boa e eficaz gestão financeira na execução das despesas da União;
59.Salienta a importância de visar, em particular, uma utilização mais eficaz do financiamento e mecanismos de controlo democrático do orçamento da UE; exorta todas as instituições da UE a reforçarem os respetivos procedimentos e práticas de salvaguarda dos interesses financeiros da União e a contribuir ativamente para um processo de quitação orientado para os resultados; considera, neste contexto, que o processo de quitação é um instrumento indispensável de responsabilização democrática perante os cidadãos da União e recorda as dificuldades repetidamente encontradas devido à falta de cooperação do Conselho; reitera que o Conselho deve ser responsável e transparente, tal como as demais instituições; salienta que não deve haver exceções a esta regra;
60.Chama a atenção para o fenómeno da corrupção, que tem grandes consequências financeiras e constitui uma ameaça grave para a democracia, o Estado de direito e o investimento público; salienta a importância de salvaguardar o dinheiro dos contribuintes da UE contra a fraude e outras atividades ilegais lesivas dos interesses financeiros da União;
61.Reitera que, tendo em conta o estado atual do projeto de integração, a UE deve esgotar todas as vias possíveis para assegurar a aplicação plena do Tratado de Lisboa; salienta que uma subsequente revisão dos Tratados deveria partir da convocatória de uma Convenção — que garanta a inclusividade na própria composição de representantes e proporcione uma plataforma de reflexão e interação com as partes interessadas e os cidadãos —, com vista a debater e tirar conclusões sobre os vários contributos para o processo de reflexão sobre o futuro da Europa dados pelas instituições e outros órgãos da União, incluindo as propostas dos Chefes de Estado ou de Governo, dos parlamentos nacionais e da sociedade civil, e as consultas aos cidadãos;
62.Realça que o processo de reflexão sobre o futuro da Europa já começou, com base nas várias posições sobre a reforma da UE defendidas pelo Parlamento, o Conselho Europeu e a Comissão; lamenta que, não obstante estas posições, só tenham sido previstas reformas marginais; salienta que o novo Parlamento e a nova Comissão deveriam, assim que estiverem instalados, capitalizar o trabalho desenvolvido na anterior legislatura e começar a trabalhar nas propostas apresentadas;
63.Encarrega o seu Presidente de transmitir a presente resolução ao Conselho e à Comissão.
- [1]JO C 215 de 19.6.2018, p. 162.
- [2]JO C 242 de 10.7.2018, p. 24.
- [3]JO C 252 de 18.7.2018, p. 215.
- [4]JO C 252 de 18.7.2018, p. 201.
- [5]JO C 252 de 18.7.2018, p. 235.
- [6]JO C 263 de 25.7.2018, p. 125.
- [7]JO C 345 de 13.10.2017, p. 11.
- [8]JO C 306 de 15.9.2017, p. 1.
- [9] JO L 45 de17.2.2018, p.40.
- [10] Textos Aprovados, P8_TA(2018)0056.
- [11] Textos Aprovados, P8_TA(2018)0189.
- [12] JO L 123 de 12.5.2016, p. 1.
- [13] JO C 86 de 6.3.2018, p. 126.
- [14] Acórdão do Tribunal de Justiça (Grande Secção) de 20 de setembro de 2016, Ledra Advertising Ltd e outros contra Comissão Europeia e Banco Central Europeu, ECLI:EU:C:2016:701.
EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS
A Declaração de Roma de 2017 pôs termo ao processo de reflexão política lançado em Bratislava em 16 de setembro de 2016, na sequência do referendo britânico, tendo em vista uma visão conjunta e um roteiro de ação para os anos seguintes. Os Estados-Membros comprometeram-se a trabalhar no sentido de concretizar:
•uma Europa segura e protegida, em que todos os cidadãos possam circular livremente, com fronteiras externas protegidas e uma política de migração eficaz;
•uma Europa próspera e sustentável que promova o crescimento contínuo e sustentável, com um mercado único forte;
•uma Europa social que combata o desemprego, a discriminação, a exclusão social e a pobreza;
•uma Europa mais forte no plano mundial, que desenvolva as parcerias existentes e estabeleça novas parcerias, empenhada em reforçar a sua política comum de segurança e defesa.
O mundo está em movimento e os eventos sucedem-se velozmente em todos os planos. Tudo o que acontece nos afeta: o mundo está interligado e é cada vez mais interdependente. A Europa enfrenta, assim, novos desafios que nos obrigam a tomar decisões perante um sistema institucional que, para além de não ser suficientemente eficaz e rápido, nem sequer está adaptado à dimensão e importância dos problemas. Muitos dos problemas graves destes últimos anos, embora estejam em vias de ser solucionados, continuam por resolver. As migrações são uma realidade e apelam a uma nova política. A crise do euro pôs em evidência a urgência da sua governação. A crise económica exige uma maior convergência e novas políticas. O Brexit encontra-se ainda numa fase difícil das negociações. Surgem novos desafios como, por exemplo, o protecionismo e as guerras comerciais, a política internacional e de defesa numa desordem multipolar, a segurança contra o terrorismo, a longo prazo, a proteção dos nossos dados e das nossas democracias contra a manipulação ilícita e os ataques informáticos, etc.
Muitos dos desafios que enfrentamos são globais e as suas soluções exigem ações supranacionais, com a participação das organizações internacionais existentes. As alterações climáticas são talvez o melhor exemplo da necessária articulação internacional, não obstante a lamentável interrupção do Acordo de Paris por parte dos Estados Unidos. Os fenómenos migratórios, a cibersegurança, o comércio internacional, as crises humanitárias, as pandemias, os direitos humanos, a cooperação para o desenvolvimento, a luta contra a evasão fiscal e os paraísos fiscais, etc., não podem ser tratados por um único país, nem pela Europa sozinha. É por esta razão que existe uma grande maioria política na Europa que nos exorta a continuarmos a fazer em conjunto tudo o que até hoje temos feito bem e a fazer face aos grandes desafios que enfrentamos enquanto europeus.
Diferentes líderes nos apontaram a necessidade de «repensar a Europa». São constantes os apelos dos europeístas no sentido de melhorarmos o nosso sistema institucional e de fazermos face a múltiplas incertezas e inseguranças. «Uma Europa que protege» é um dos slogans que tem sido utilizado para apelar a uma Europa que recupere a sua razão de ser e a sua função social, oferecendo um sistema de garantias individuais e coletivas. «Decidir por nós», não os eventos nem os outros, é outra das reivindicações europeístas, concretizada na soberania europeia perante o mundo, a revolução digital, os desafios energéticos, a crise democrática ou o modelo social ou ainda o multilateralismo internacional e os equilíbrios geopolíticos.
Um dos nossos debates mais importantes é, sem dúvida, o debate sobre a nação e a Europa, entre as nossas realidades nacionais e a construção supranacional, como se as duas fossem incompatíveis. Trata-se de um debate que engloba aspetos técnicos (subsidiariedade, proporcionalidade, repartição de competências, etc.), para além de novas questões que surgiram nos últimos anos. Um novo nacionalismo, muitas vezes abertamente antieuropeu, que reivindica o Estado-nação como único espaço de democracia e nega, portanto, a grandeza do projeto europeu e a própria democracia europeia. É imperativo encontrar um equilíbrio no exercício das nossas respetivas competências, conferindo à Europa apenas o que a União deve fazer, mas assegurando a sua capacidade para o fazer sem as limitações de um intergovernamentalismo paralisante.
Temos de reforçar a Europa, construindo uma «demos» europeia que a política, a educação e a cultura deveriam incentivar. É necessário evitar a divisão europeia e o enfraquecimento da nossa União, não deixando os nossos cidadãos desprotegidos contra populismos nacionalistas destruidores dos direitos e das liberdades. É importante recordar que a Europa é uma soma de identidades e de povos, em que os sentimentos têm um peso histórico enorme, e que excitar ou enfrentar tais sentimentos seria uma atitude suicida.
A fenómeno da migração adquiriu uma importância enorme no debate europeu. Os nossos princípios morais são afetados pelo que está a acontecer no Mediterrâneo. A nossa política externa revela enormes lacunas em cenários caracterizados por fortes conflitos como o Médio Oriente. Somos incapazes de controlar eficazmente as nossas fronteiras externas e as nossas decisões comunitárias não foram aplicadas em clara desobediência à aplicação das quotas de imigração. O pior é talvez que, em muitas das nossas sociedades, existem sentimentos de recusa e de xenofobia contra a imigração. Sentimentos habilmente manipulados e utilizados pela extrema direita política e pelos populismos antieuropeus. É por esta razão que a política europeia em matéria de migração é imprescindível e urgente. É um dos principais desafios da Europa não só pela demografia, mas, e sobretudo, por ser coerente com os princípios e valores (artigo2.º do Tratado) em que se baseia a nossa União.
A experiência da crise económica e financeira e da sua gestão pela UEM proporcionou-nos muitos ensinamentos e pôs em evidência muitas ineficiências no funcionamento institucional, e não só em termos de política monetária e económica. Vários relatórios do PE salientaram que, nos últimos anos, a maioria das decisões políticas e económicas se concentrou no Conselho Europeu em detrimento das outras instituições, o apoio democrático de muitas decisões foi debilitado pela influência que nelas tiveram organismos técnicos não representativos, a arquitetura institucional na governação da área do euro é insuficiente e exige reformas importantes, o requisito da unanimidade que requerem os tratados constitui um obstáculo quase inultrapassável nos momentos e nas decisões importantes, a política externa e de segurança da União deve ser melhorada relativamente ao processo de decisão e em termos de recursos, é necessário unificar a representação internacional da União, etc. Em geral, estes relatórios propõem reformas importantes no funcionamento institucional da Comissão, do Parlamento e do Conselho, a fim de aumentar a transparência e melhorar a eficácia e a eficiência das decisões da União.
Muitas das reformas em curso e das decisões que temos de tomar para enfrentar o futuro requerem um maior aprofundamento da integração política europeia, em especial no domínio da governação económica e monetária; é a única forma de atingir esse objetivo com legitimidade democrática.
A alteração dos Tratados poderia, em última análise, ser a melhor forma de obter essa integração, mas tal não parece aconselhável nesta fase. Trata-se de uma decisão para analisar e, eventualmente, adotar na próxima legislatura. No entanto, a curto prazo, e sem a alteração dos Tratados, podem e devem ser efetuadas muitas reformas, tal como sublinhado na resolução do Parlamento Europeu, de 16 de fevereiro de 2017, sobre a capacidade orçamental da área do euro. As cooperações reforçadas continuarão a ser um instrumento útil, por exemplo no domínio da defesa. Uma Europa a várias velocidades não deve, contudo, ser uma Europa à la carte.
No entanto, a integração política requer igualmente a melhoria da relação entre os cidadãos e as instituições europeias. A identidade política europeia supranacional dos cidadãos é fraca. Não existe qualquer relação de confiança nesta relação e a correspondência entre a vontade dos cidadãos expressa nas eleições e as orientações políticas da UE é mínima. O Presidente Juncker, os federalistas europeus, os primeiros-ministros e, obviamente, o PE propuseram e deliberaram sobre uma melhor relação entre a cidadania e as instituições europeias e um funcionamento da Comissão e do Parlamento Europeu mais consonante com as regras dos sistemas parlamentares nacionais. Neste contexto, a Lei Eleitoral Europeia, reformada pelo PE, a figura dos Spitzenkandidaten, o reforço dos partidos políticos europeus, as maiorias parlamentares que apoiam a ação da Comissão, as funções de controlo do Parlamento Europeu e as relações com os parlamentos nacionais e muitos temas semelhantes devem ser abordados no sentido de uma maior transparência política e de uma melhor relação com os cidadãos europeus.
O debate sobre o futuro da Europa tornou-se, assim, um debate constante ao longo desta legislatura e, em especial, no final da mesma. Com base nos cinco cenários que a Comissão elaborou no primeiro semestre de 2017, foram fornecidas sucessivas contribuições, tanto das instituições como dos investigadores e peritos europeus. Em especial, foram dados contributos significativos pelos presidentes e/ou primeiros-ministros dos Estados-Membros, que foram convidados pelo PE a apresentar os seus pontos de vista sobre o futuro da Europa no decurso de 2018.
O presente relatório visa resumir os temas a debater e orientar e clarificar os percursos da integração europeia nas vésperas das eleições de 2019. Neste contexto, cabe assinalar que o presente relatório não pretende resolver nem decidir quais são as diferentes alternativas, mas apenas definir os problemas, descrever os desafios e sugerir as vias que devem ser abordadas pela política europeia e pelos novos representantes saídos das próximas eleições.
O presente relatório também não tem por objetivo desenvolver as técnicas e as reformas legislativas à nossa disposição para avançar em matéria de integração. Esta tarefa foi já amplamente realizada pelo PE com a aprovação das seguintes resoluções:
–Resolução do Parlamento Europeu, de 16 de fevereiro de 2017, sobre possíveis desenvolvimentos e ajustamentos do atual quadro institucional da União Europeia
–Resolução do Parlamento Europeu, de 16 de fevereiro de 2017, sobre a melhoria do funcionamento da União Europeia com base no potencial do Tratado de Lisboa
–Resolução do Parlamento Europeu, de 16 de fevereiro de 2017, sobre a capacidade orçamental da área do euro
Estes relatórios e outros mencionados nos «considerandos» são as bases instrumentais das reformas e dos progressos em curso rumo a uma Europa capaz de enfrentar os desafios que se colocam nos próximos anos em termos de governação.
O objetivo do presente relatório é atualizar, no final de 2018 e no início de um debate político fundamental que terá lugar nas eleições de maio de 2019, quais são os principais temas para a Europa, quais são os desafios e como lidar com os mesmos. Não se definem soluções, por respeito pelas instituições que resultarão do voto popular e porque serão os eleitos a decidir. O relatório visa apenas delinear uma agenda política europeia baseada nas múltiplas e repetidas mensagens que atualmente são transmitidas nos sucessivos relatórios, declarações e propostas que as diferentes instituições europeias e os governos dos Estados-Membros apresentaram nos últimos meses e que, no seu conjunto, procuram fazer da Europa uma potência geopolítica, comercial, climática, económica, alimentar e diplomática.
PARECER da Comissão dos Assuntos Económicos e Monetários(22.11.2018)
dirigido à Comissão dos Assuntos Constitucionais
sobre o ponto da situação do debate sobre o Futuro da Europa
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Relatora de parecer: Ivana Maletić
(*) Comissão associada – Artigo 54.° do Regimento
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A Comissão dos Assuntos Económicos e Monetários insta a Comissão dos Assuntos Constitucionais, competente quanto à matéria de fundo, a incorporar as seguintes sugestões na proposta de resolução que aprovar:
1.Toma nota das opiniões expressas durante os debates em sessão plenária sobre o «Futuro da Europa»; considera que o futuro orçamento da UE deve promover o valor acrescentado europeu em termos de impacto socioeconómico, apoiar a modernização das políticas da UE, assegurar o financiamento dos novos desafios, continuar a contribuir para a convergência económica e social e a coesão entre os Estados-Membros e no interior dos mesmos, de modo a reforçar a solidariedade, a estabilidade, a igualdade e o crescimento inteligente, sustentável e inclusivo na Europa, nomeadamente na perspetiva dos compromissos assumidos pela UE relativamente ao Acordo de Paris, assegurar o respeito e a promoção dos valores fundamentais consagrados nos artigos2.º e 3.º do Tratado da União Europeia (TUE) e ser dotado de novos recursos próprios, tendo em conta o trabalho do Grupo de alto nível sobre os recursos próprios;
2.Sublinha a importância do empenho no processo de conclusão da união bancária e a necessidade de garantir a abertura e a igualdade de tratamento a todos os Estados-Membros que participem na união bancária; recorda que a conclusão da união bancária, incluindo um sistema europeu de seguro de depósitos e um mecanismo de apoio orçamental para o Fundo Único de Resolução, devem continuar, tal como as medidas para garantir uma redução dos riscos;
3.Congratula-se com as propostas de combate ao branqueamento de capitais apresentadas pela Comissão no contexto da revisão do Sistema Europeu de Supervisão Financeira (SESF); encoraja o Conselho e o Parlamento a concluírem as negociações legislativas antes do final da presente legislatura, uma vez que as políticas de luta contra o branqueamento de capitais devem ser reforçadas para evitar situações futuras em que as instituições financeiras facilitem ativamente o branqueamento de capitais;
4.Convida a Comissão, com a ajuda das autoridades europeias de supervisão, a identificar e eliminar os obstáculos ao mercado interno e ajudar a garantir a proteção dos consumidores; considera que uma das principais prioridades da Comissão deveria ser a aplicação efetiva da legislação da UE;
5.insta a Comissão a dar prioridade aos regulamentos em relação às diretivas enquanto instrumento legislativo para regulamentar a união bancária e os serviços financeiros, casuisticamente e sempre que adequado, a fim de evitar a fragmentação e situações em que as autoridades de supervisão tenham de lidar com regimes nacionais diferentes;
6.Salienta a necessidade urgente de concluir a união dos mercados de capitais; frisa que mercados de capitais sólidos e bem integrados complementam a união bancária, devido ao seu contributo para a partilha do risco do setor privado, aumentando a convergência económica, contribuindo para atenuar choques futuros e, eventualmente, resultando numa melhor atribuição de fundos, nos casos em que tal se afigure necessário; apela à realização de um estudo abrangente sobre o quadro mais adequado para melhor ter em conta a rápida evolução dos serviços financeiros; salienta que um melhor acesso a fontes de financiamento adicionais seria particularmente útil para as empresas em fase de arranque e as PME, promovendo o seu crescimento sólido e desenvolvimento sustentável;
7.Realça a importância de prosseguir o processo de aprofundamento e de conclusão da UEM, a fim de contribuir para a preservação da estabilidade da moeda única e reforçar a convergência das políticas económicas, orçamentais e laborais e das normas sociais entre os Estados-Membros; salienta, a este respeito, a necessidade de um forte compromisso político, uma governação eficiente e uma responsabilização democrática a nível europeu e nacional e, em particular, de controlo parlamentar nas várias fases do Semestre Europeu; reitera que, com exceção da não participação da Dinamarca, todos os Estados-Membros são obrigados a adotar o euro; apoia medidas adicionais no desenvolvimento do MEE; regista a proposta da Comissão relativa a um Instrumento Europeu de Estabilização do Investimento e o debate sobre novas ferramentas orçamentais vocacionadas para a estabilização;
8.Regista a proposta da Comissão referente a um programa de apoio à reforma; salienta a importância de não enfraquecer o papel do Parlamento em termos de codecisão e de supervisão relativamente à utilização dos fundos da UE; manifesta a sua preocupação pelo facto de apenas 9% das recomendações específicas por país (REP) terem sido plenamente aplicadas no período de 2011-2017; toma nota do mecanismo de convergência, que constituirá um incentivo e ajudará os Estados-Membros não participantes na área do euro a aplicar reformas e a preencher os critérios de introdução do euro, mediante políticas fiscais e económicas sustentáveis;
9.Sublinha a importância de assegurar uma convergência económica e social ascendente no processo do Semestre Europeu; reconhece a importância da criação do pilar europeu dos direitos sociais; observa que o Semestre Europeu foi reforçado e racionalizado, mas salienta que uma maior participação dos parlamentos nacionais ajudaria a melhorar a apropriação nacional, o que conduziria a uma melhor aplicação das recomendações específicas por país, melhorando assim o processo do Semestre Europeu; observa que os Estados-Membros são os primeiros e principais responsáveis pela escolha de políticas orçamentais e económicas adequadas e sustentáveis;
10.Congratula-se com o futuro programa InvestEU e salienta que o fundo deve continuar a reduzir o défice de investimento na UE; apoia investimentos em ativos corpóreos e incorpóreos, designadamente património cultural, a fim de fomentar o crescimento, o investimento e o emprego, com especial ênfase nas PME, nas sociedades de pequena e média capitalização e nas empresas sociais, contribuindo assim para a melhoria do bem-estar, para uma repartição mais justa do rendimento e para a coesão económica, social e territorial na União;
11.Congratula-se com o trabalho efetuado até ao momento e considera necessário prosseguir a revisão completa da legislação em vigor em matéria de IVA; considera indispensável intensificar a luta contra a fraude, a elisão e a evasão fiscais; regista o trabalho da Comissão em matéria de tributação justa da economia digital;
12.Insta todas as instituições e organismos da UE, incluindo a Comissão, o Banco Central Europeu, o Banco Europeu de Investimento e o Mecanismo Único de Supervisão, a reforçarem, ainda mais, os seus esforços de comunicação, a fim de explicar melhor o seu trabalho e melhorar as informações ao dispor dos cidadãos da UE.
INFORMAÇÕES SOBRE A APROVAÇÃO NA COMISSÃO ENCARREGADA DE EMITIR PARECER
Data de aprovação |
20.11.2018 |
||||
Resultado da votação final |
+: –: 0: |
40 7 3 |
|||
Deputados presentes no momento da votação final |
Hugues Bayet, Pervenche Berès, David Coburn, Thierry Cornillet, Esther de Lange, Markus Ferber, Jonás Fernández, Giuseppe Ferrandino, Stefan Gehrold, Sven Giegold, Roberto Gualtieri, Brian Hayes, Gunnar Hökmark, Danuta Maria Hübner, Petr Ježek, Barbara Kappel, Wolf Klinz, Georgios Kyrtsos, Philippe Lamberts, Werner Langen, Bernd Lucke, Olle Ludvigsson, Ivana Maletić, Marisa Matias, Costas Mavrides, Alex Mayer, Luděk Niedermayer, Stanisław Ożóg, Sirpa Pietikäinen, Pirkko Ruohonen-Lerner, Anne Sander, Alfred Sant, Pedro Silva Pereira, Peter Simon, Paul Tang, Ramon Tremosa i Balcells, Ernest Urtasun, Marco Valli, Tom Vandenkendelaere, Miguel Viegas, Jakob von Weizsäcker |
||||
Suplentes presentes no momento da votação final |
Andrea Cozzolino, Jeppe Kofod, Paloma López Bermejo, Michel Reimon, Joachim Starbatty, Lieve Wierinck |
||||
Suplentes (art. 200.º, n.º 2) presentes no momento da votação final |
Pilar Ayuso, Elmar Brok, Helga Stevens |
||||
VOTAÇÃO NOMINAL FINAL NA COMISSÃO ENCARREGADA DE EMITIR PARECER
40 |
+ |
|
ALDE |
Thierry Cornillet, Petr Ježek, Wolf Klinz, Ramon Tremosa i Balcells, Lieve Wierinck |
|
ENF |
Barbara Kappel |
|
PPE |
Pilar Ayuso, Elmar Brok, Markus Ferber, Stefan Gehrold, Brian Hayes, Gunnar Hökmark, Danuta Maria Hübner, Georgios Kyrtsos, Esther de Lange, Werner Langen, Ivana Maletić, Luděk Niedermayer, Sirpa Pietikäinen, Anne Sander, Tom Vandenkendelaere |
|
S&D |
Hugues Bayet, Pervenche Berès, Andrea Cozzolino, Jonás Fernández, Giuseppe Ferrandino, Roberto Gualtieri, Jeppe Kofod, Olle Ludvigsson, Costas Mavrides, Alex Mayer, Alfred Sant, Pedro Silva Pereira, Peter Simon, Paul Tang, Jakob von Weizsäcker |
|
VERTS/ALE |
Sven Giegold, Philippe Lamberts, Michel Reimon, Ernest Urtasun |
|
7 |
- |
|
ECR |
Bernd Lucke, Joachim Starbatty |
|
EFDD |
David Coburn, Marco Valli |
|
GUE/NGL |
Paloma López Bermejo, Marisa Matias, Miguel Viegas |
|
3 |
0 |
|
ECR |
Stanisław Ożóg, Pirkko Ruohonen-Lerner, Helga Stevens |
|
Legenda dos símbolos:
+:votos a favor
-:votos contra
0:abstenções
PARECER da Comissão do Comércio Internacional(5.11.2018)
dirigido à Comissão dos Assuntos Constitucionais
sobre o ponto da situação do debate sobre o futuro da Europa
()
Relator de parecer: José Ignacio Salafranca Sánchez-Neyra
ҷÕ
A Comissão do Comércio Internacional insta a Comissão dos Assuntos Constitucionais, competente quanto à matéria de fundo, a incorporar as seguintes sugestões na proposta de resolução que aprovar:
1.Realça que a política comercial comum tem de continuar a ser um pilar fundamental da política externa da União, com implicações diretas na vida dos cidadãos, e que tem de ajudar a União a adaptar-se ao seu novo papel num mundo de múltiplos e importantes protagonistas na esfera internacional; insta, para tal, o Conselho, a Comissão e o Serviço Europeu para a Ação Externa a cooperarem nos seguintes domínios:
a)Consolidar a política comercial comum, integrando-a num quadro político mais vasto; assumir a liderança da política comercial mundial aos níveis multilateral e bilateral; reforçar a cooperação com parceiros comerciais bilaterais, estratégicos e regionais, assim como com organizações multilaterais, nomeadamente a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (CNUCED), o Programa das Nações Unidas para o Ambiente (PNUA), a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e, em particular, a Organização Mundial do Comércio (OMC), desempenhando um papel ativo na sua necessária reforma, de modo a torná-la mais eficaz e recetiva aos novos desafios globais, incluindo a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável e o Acordo de Paris sobre as alterações climáticas, e a aumentar a sua legitimidade; consolidar a liderança da UE na promoção de uma política comercial assente em valores, mediante o reforço da dimensão dos direitos humanos nas trocas comerciais e a adoção das mais elevadas normas sociais, ambientais e de segurança;
b)Liderar a defesa de um sistema de comércio mundial aberto, assente em regras, justo, sustentável e orientado para o desenvolvimento, de modo a incrementar a competitividade das empresas da UE, garantindo a aplicação efetiva das regras e acordos internacionais, tais como os acordos em matéria de ambiente e alterações climáticas, as convenções da OIT, as disposições anticorrupção e os acordos sobre transparência financeira, combate à lavagem de dinheiro e cooperação fiscal; assegurar que as empresas da UE possam operar a nível mundial num quadro de igualdade de condições, regras previsíveis, concorrência leal e obrigações definidas, que devem incluir trabalhar de forma construtiva numa posição comum da União frente às negociações intergovernamentais da ONU sobre a responsabilidade por violações dos direitos humanos e a promoção da responsabilidade e de obrigações vinculativas em matéria de dever de diligência por parte das empresas no que diz respeito às cadeias de abastecimento e produção;
c)Manter o Parlamento informado, de forma plena e imediata, sobre as negociações e o mandato do Conselho, bem como ao longo da execução dos acordos internacionais, com o objetivo de assegurar o exercício das suas competências e prerrogativas; simplificar e abreviar os processos de negociação e reforçar o controlo do Parlamento ao longo dos mesmos; aumentar a transparência perante os cidadãos da UE através da publicação das diretrizes de negociação (mandatos) dos acordos comerciais antes do início das negociações, a fim de aumentar a previsibilidade e a segurança jurídica dos operadores económicos, permitindo-lhes utilizar melhor e em tempo útil as oportunidades que surjam para a UE; respeitar plenamente as disposições dos Tratados e a jurisprudência recente da UE que estabelece que a política comercial comum é da competência exclusiva da União;
d)Adaptar a política comercial às tendências globais de automatização, digitalização, aumento da componente dos serviços («servicificação»), ascensão das cadeias de valor mundiais e interconectividade das trocas comerciais de bens e serviços, trabalhando no sentido da introdução de disposições tendentes a assegurar as transferências de dados, preços competitivos dos bens intermediários e a liberalização do comércio de serviços nos acordos comerciais bilaterais e multilaterais;
e)Apoiar as pequenas e médias empresas (PME) para que beneficiem plenamente da política comercial comum; aumentar o investimento na investigação e no desenvolvimento tecnológico e na inovação, tendo especialmente em vista a descarbonização da nossa economia; apoiar as empresas europeias para as colocar na vanguarda deste setor a nível mundial, aumentando assim a competitividade e criando postos de trabalho dignos; salientar que o desenvolvimento sustentável não deve ser visto como um obstáculo ao investimento; insistir na cooperação internacional e num processo de participação internacional, em particular no continente africano, o que poderia promover ciclos económicos sustentáveis a nível regional, conduzir à criação de novos postos de trabalho e promover o desenvolvimento de políticas de proteção social;
f)Incluir sistematicamente o comércio digital, as PME, os capítulos de comércio e de desenvolvimento sustentável vinculativos e executórios, bem como as disposições relativas à igualdade de género, nos acordos comerciais e liderar estes temas nos debates multilaterais; defender a privacidade dos dados dos cidadãos da UE, em toda a sua extensão, consagrada no Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados da União (Regulamento (UE) 2016/679) e promover o reforço das normas da UE em matéria de proteção dos consumidores, proteção de dados e acesso ao mercado; procurar construir uma aliança mundial e apoiar as autoridades dos Estados-Membros na luta contra a cibercriminalidade transnacional; desenvolver uma estratégia digital da UE que inclua investimentos em infraestruturas digitais e empresas digitais, em benefício da sociedade como um todo;
g)Facilitar o procedimento de candidatura e o acesso ao Fundo Europeu de Ajustamento à Globalização, a fim de ter em conta os efeitos negativos da liberalização progressiva e recíproca do comércio de bens e serviços;
h)Reforçar a coerência da política comercial comum com a Política Externa e de Segurança Comum (PESC), a política europeia de desenvolvimento e a política climática, a fim de garantir os valores e objetivos estabelecidos no artigo3.º, n.º5, do Tratado da União Europeia (TUE) e nos artigos21.º, 207.º e 208.º do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia (TFUE), com plena adesão ao Consenso Europeu sobre o Desenvolvimento;
i)Reconhecer que a extrema politização dos acordos comerciais da UE pode inibir as trocas comerciais;
j)Salientar a importância estratégica de desenvolver uma política de vizinhança construtiva através do desenvolvimento de relações comerciais equitativas e da cooperação económica com as economias vizinhas a leste e a sul da União, a fim de promover a sua prosperidade económica e social e a criação de postos de trabalho;
k)Antecipar os efeitos do Brexit e propor formas de atenuar as consequências económicas negativas do mesmo para a União e os seus cidadãos, incluindo os cidadãos do Reino Unido que vivem atualmente na União;
l)Melhorar a estratégia de comunicação da política comercial comum, disponibilizando publicamente um maior número de análises abrangentes sobre os efeitos potenciais de novos acordos comerciais antes da adoção das diretivas de negociação (mandatos); comunicar melhor as oportunidades que o comércio proporciona aos nossos cidadãos e empresas; reforçar a transparência e aprofundar o diálogo com os parceiros profissionais e sociais e com a sociedade civil, a fim de assegurar a sua participação adequada na monitorização e aplicação dos acordos comerciais, nomeadamente através do diálogo conjunto e de grupos consultivos internos em matéria de acordos comerciais, assim como atribuindo mais recursos a estes mecanismos; ajudar os cidadãos e os operadores económicos da União a compreenderem e a adaptarem-se melhor à evolução do equilíbrio na arquitetura das relações económicas mundiais;
INFORMAÇÕES SOBRE A APROVAÇÃONA COMISSÃO ENCARREGADA DE EMITIR PARECER
Data de aprovação |
5.11.2018 |
||||
Resultado da votação final |
+: –: 0: |
30 3 1 |
|||
Deputados presentes no momento da votação final |
Maria Arena, Tiziana Beghin, David Borrelli, Salvatore Cicu, Christofer Fjellner, Eleonora Forenza, Karoline Graswander-Hainz, Christophe Hansen, Heidi Hautala, Nadja Hirsch, Yannick Jadot, France Jamet, Jude Kirton-Darling, Patricia Lalonde, Bernd Lange, David Martin, Emmanuel Maurel, Anne-Marie Mineur, Sorin Moisă, Alessia Maria Mosca, Franck Proust, Godelieve Quisthoudt-Rowohl, Inmaculada Rodríguez-Piñero Fernández, Tokia Saïfi, Helmut Scholz, Joachim Schuster, Adam Szejnfeld, Iuliu Winkler |
||||
Suplentes presentes no momento da votação final |
Sajjad Karim, Sander Loones, José Ignacio Salafranca Sánchez-Neyra, Jarosław Wałęsa |
||||
Suplentes (art. 200.º, n.º 2) presentes no momento da votação final |
Georges Bach, Norbert Lins |
||||
VOTAÇÃO NOMINAL FINAL NA COMISSÃO ENCARREGADA DE EMITIR PARECER
30 |
+ |
|
ALDE |
Nadja Hirsch, Patricia Lalonde |
|
ECR |
Sander Loones |
|
EFDD |
Tiziana Beghin |
|
GUE/NGL |
Helmut Scholz |
|
NI |
David Borrelli, Emmanuel Maurel |
|
PPE |
Georges Bach, Salvatore Cicu, Christofer Fjellner, Christophe Hansen, Norbert Lins, Sorin Moisă, Franck Proust, Godelieve Quisthoudt-Rowohl, Tokia Saïfi, José Ignacio Salafranca Sánchez-Neyra, Adam Szejnfeld, Jarosław Wałęsa, Iuliu Winkler |
|
S&D |
Maria Arena, Karoline Graswander-Hainz, Jude Kirton-Darling, Bernd Lange, David Martin, Alessia Maria Mosca, Inmaculada Rodríguez-Piñero Fernández, Joachim Schuster |
|
VERTS/ALE |
Heidi Hautala, Yannick Jadot |
|
3 |
- |
|
ECR |
Sajjad Karim |
|
ENF |
France Jamet |
|
GUE/NGL |
Anne-Marie Mineur |
|
1 |
0 |
|
GUE/NGL |
Eleonora Forenza |
|
Legenda dos símbolos utilizados:
+:votos a favor
-:votos contra
0:abstenções
PARECER da Comissão do Controlo Orçamental(16.11.2018)
dirigido à Comissão dos Assuntos Constitucionais
sobre o ponto da situação do debate sobre o Futuro da Europa
()
Relator: Petri Sarvamaa
ҷÕ
A Comissão do Controlo Orçamental insta a Comissão dos Assuntos Constitucionais, competente quanto à matéria de fundo, a incorporar as seguintes sugestões na proposta de resolução que aprovar:
A.Considerando que a Europa se encontra numa encruzilhada devido a uma crise de legitimidade em relação às decisões europeias;
B.Considerando que é necessário aproximar o projeto europeu dos cidadãos da UE, prestando especial atenção às suas necessidades, vidas e expectativas, a fim de, acima de tudo, reforçar a legitimidade da UE e restabelecer a confiança e o entusiasmo relativamente ao projeto europeu graças a uma governação renovada da UE;
C.Considerando que o controlo parlamentar das despesas públicas constitui uma componente essencial de um sistema democrático moderno;
D.Considerando que uma maior democracia na UE está estreitamente associada a uma maior transparência, responsabilidade e integridade, devendo estes últimos ser os princípios orientadores da cultura no seio das instituições da UE, a fim de promover uma governação eficiente e garantir uma maior abertura no funcionamento da UE e do seu processo de tomada de decisões;
E.Considerando que todas as instituições da UE devem ser transparentes e plenamente responsáveis perante os cidadãos da UE relativamente aos fundos que lhes são confiados enquanto instituições da União;
F.Considerando que os líderes da UE-27 transmitiram um sinal claro de «unidade e solidariedade» com a adoção da Declaração de Roma, em 25 de março de 2017;
G.Considerando que a inércia a nível europeu deixou de ser uma opção, tendo em conta os grandes desafios que a União deverá enfrentar, nomeadamente no que diz respeito à globalização, à migração, à defesa com base numa cooperação reforçada, às questões sociais, à conclusão da União Económica e Monetária e à escolha de novos recursos próprios da UE;
H.Considerando que o orçamento da UE continua a ser uma importante fonte de financiamento para os Estados-Membros;
1.Considerando que a confiança dos cidadãos nas instituições da UE é fundamental para a democracia, a boa governação e a eficácia na definição das políticas;
2.Salienta que é fundamental superar as visões contraditórias da Europa e conciliar as prioridades concorrentes, a fim de evitar o risco de rutura da União ou o seu enfraquecimento;
3.Reconhece que o Brexit tornou mais urgente a necessidade de refletir de forma mais aprofundada sobre a estrutura institucional e das despesas da UE e de definir uma nova dinâmica política da UE;
4.Salienta que a decisão do Reino Unido de sair da União terá consequências orçamentais complexas e afetará negativamente o orçamento da UE; insiste em que a UE-27 remanescente deve ser mais ambiciosa em termos de reforma orçamental, tendo em conta os desafios atuais e futuros da UE;
5.Está convicto de que ainda há margem para consolidar a responsabilização democrática no âmbito da União, nomeadamente através do desenvolvimento de mecanismos sólidos para garantir a legitimidade política e a responsabilização institucional e da racionalização das estruturas de governação da UE cada vez mais complexas;
6.Recorda a necessidade de uma reforma orçamental e administrativa urgente da UE que simplifique os seus procedimentos internos e torne a UE mais compreensível e acessível para os seus cidadãos;
7.Recorda que qualquer desenvolvimento na arquitetura da União em relação aos órgãos existentes ou à criação de novas entidades jurídicas deve sempre ter em conta as questões da responsabilidade democrática da UE, os mecanismos de auditoria pública e a eficiência das atividades;
8.Considera que é necessário reduzir as lacunas em matéria de responsabilidade no âmbito da UE e caminhar para modos de escrutínio mais colaborativos que combinem a supervisão democrática e as atividades de auditoria, proporcionando simultaneamente uma maior transparência; solicita que tal assegure a plena responsabilização e uma supervisão democrática efetiva do Banco Europeu de Investimento, do Banco Central Europeu e de futuros organismos a serem criados, tais como um Fundo Monetário Europeu;
9.Salienta, além disso, que chegou o momento de refletir de forma pragmática sobre os modos de prestação da UE, respondendo às questões fundamentais sobre a melhor forma de aplicar as políticas da União e quais os modelos de governação que devem ser aplicados, a fim de preparar o caminho para uma Europa de resultados tangíveis;
10.Recorda que é necessária uma visão estratégica da UE a longo prazo; considera que é chegado o momento de apresentar novas narrativas europeias e de executar as políticas da UE de forma mais estratégica, com base num determinado número de prioridades, objetivos coletivos e competências da União claramente definidas e compreensíveis, a fim de melhorar a clareza e a eficácia;
11.Sublinha que a tradução dos objetivos políticos globais em ações concretas e visíveis e em resultados para os cidadãos da UE deve ser sujeita a revisões regulares, pelo que é estritamente necessário manter o controlo orçamental como componente fundamental do controlo democrático;
12.Salienta que o reforço da supervisão democrática e do controlo do Parlamento se deve basear não só no acompanhamento tradicional das existências e dos fluxos financeiros, mas também numa avaliação exaustiva da relação custo-benefício, do impacto valioso e sustentável para os cidadãos e do respeito dos valores da União e do Estado de direito;
13.Considera que o respeito dos valores fundamentais, a garantia da proteção do Estado de direito nos Estados-Membros e a introdução da condicionalidade ecológica são pré-requisitos democráticos essenciais para a definição de qualquer nova solidariedade financeira da UE; manifesta a sua preocupação com a evolução recente no tocante à falta de respeito pelo Estado de direito em alguns Estados-Membros; congratula-se, neste contexto, com a proposta da Comissão de regulamento do Parlamento Europeu e do Conselho relativo à proteção do orçamento da União em caso de deficiências generalizadas no que respeita ao Estado de direito nos Estados-Membros (COM (2018) 0324); salienta que as instituições europeias devem tomar medidas para proteger o Estado de direito;
14.Solicita que o atual quadro de proteção dos interesses financeiros da União seja reforçado através de um sistema de sanções proporcional ao grau das deficiências ou das tentativas de comprometer o Estado de direito com base numa avaliação independente, que podem ir da redução do financiamento da UE à suspensão de pagamentos e autorizações por deficiências recorrentes; considera que, em tais circunstâncias, o Parlamento deve participar, em pé de igualdade com o Conselho, no processo de tomada de decisões relativas a esses processos e ao levantamento de tais medidas;
15.Recorda que é necessário promover a procura de valor acrescentado europeu, ou seja, que o agrupamento dos recursos a nível europeu produza resultados em comparação com as despesas a nível nacional, que não podem centrar-se no fornecimento de bens públicos europeus;
16.Considera necessário desenvolver instrumentos de melhor qualidade para as reformas estruturais em toda a UE, através da disponibilização de bens públicos europeus substanciais, e que tal deve ser feito no respeito dos princípios da subsidiariedade e da proporcionalidade;
17.Considera que a pré-condicionalidade das políticas deve ser reforçada, se necessário e sem prejudicar o funcionamento dos programas, a fim de assegurar uma boa gestão financeira eficaz na execução das despesas da União;
18.Reitera que, no âmbito do debate sobre o futuro da Europa, deve analisar-se de que forma o sistema orçamental da União pode ser reformado, a fim de proporcionar um orçamento adequado para garantir que as políticas previstas sejam financiadas, um maior equilíbrio entre a previsibilidade e a capacidade de resposta e assegurar que os mecanismos de financiamento global não sejam mais complexos do que o necessário para realizar os objetivos políticos da União e garantir a prestação de contas;
19.Considera adequado garantir que o orçamento proporciona uma verdadeira mais-valia para os cidadãos da UE;
20.Salienta que garantir meios financeiros suficientes, associados à modernização do sistema de recursos próprios, nomeadamente através da garantia de recursos próprios estáveis, eficientes e genuinamente europeus, é fundamental para manter um elevado nível de investimento e de ambições e influência da União na cena internacional;
21.Salienta que as agências europeias desempenham um papel insubstituível no fornecimento de conhecimentos especializados nos respetivos domínios e, ao mesmo tempo, na representação da UE nos Estados-Membros; sublinha que é, por conseguinte, essencial garantir que, futuramente, o trabalho das agências será bem estruturado e organizado, que as suas atividades serão viáveis e que a sua visibilidade será sempre assegurada;
22.Salienta, além disso, que o Fundo Europeu de Desenvolvimento (FED) deve ser integrado no orçamento da UE, tal como já referido na nova proposta do quadro financeiro plurianual (QFP) para 2021-2027, a fim de evitar a fragmentação do orçamento; sublinha que a inclusão do FED no orçamento da UE aumenta a capacidade da autoridade de quitação para controlar as despesas na UE;
23.Exorta todas as instituições da UE a reforçar os procedimentos e as práticas aplicados com vista a salvaguardar os interesses financeiros da União e a dar o seu contributo ativo para um processo de quitação orientado para os resultados; considera, neste contexto, que o processo de quitação é um instrumento indispensável de responsabilização democrática perante os cidadãos da União;
24.Salienta a importância de salvaguardar o dinheiro dos contribuintes da UE contra a fraude e outras atividades ilegais lesivas dos interesses financeiros da União;
25.Recorda as dificuldades recorrentes encontradas nos processos de quitação até à data, devido à falta de cooperação do Conselho; reitera que o Conselho deve ser responsável e transparente, como o são as outras instituições; salienta que não deve haver exceções a esta regra;
26.Considera que a criação da Procuradoria Europeia (EPPO) constitui um marco importante na realização de um espaço público europeu; insta a Comissão a trabalhar no sentido de uma rápida instituição da Procuradoria Europeia, fornecendo recursos suficientes;
27.Chama a atenção para o fenómeno da corrupção, que tem importantes consequências financeiras e constitui uma ameaça grave para a democracia, o Estado de direito e o investimento público; reitera o seu apelo à Comissão para que retome a publicação de um relatório anual sobre a corrupção;
28.Solicita à Comissão que proponha opções para futuros métodos de cooperação com o Grupo de Estados do Conselho da Europa contra a Corrupção (GRECO), incluindo a apresentação pela UE da sua candidatura ao mesmo, e que o Parlamento seja informado sobre o andamento dessa candidatura;
29.Solicita que a política de integridade e o quadro ético de todas as instituições e agências da UE sejam reforçados através de uma melhor aplicação dos códigos de conduta, da proteção dos autores de denúncias, dos princípios éticos, da transparência e da responsabilização;
30.Incentiva, enquanto princípio orientador, o esboço dos contornos da Europa do futuro, garantindo um equilíbrio entre responsabilidade e nova solidariedade e favorecendo o método comunitário relativamente à utilização do intergovernamentalismo enquanto método de governação para a UE;
31.Considera que é necessário prosseguir o debate sobre o futuro da Europa ao mais alto nível institucional, prestando especial atenção à utilização mais eficaz do financiamento e dos mecanismos democráticos de controlo do orçamento da UE.
INFORMAÇÕES SOBRE A APROVAÇÃONA COMISSÃO ENCARREGADA DE EMITIR PARECER
Data de aprovação |
15.11.2018 |
||||
Resultado da votação final |
+: –: 0: |
19 1 1 |
|||
Deputados presentes no momento da votação final |
Nedzhmi Ali, Inés Ayala Sender, Zigmantas Balčytis, Dennis de Jong, Tamás Deutsch, Martina Dlabajová, Luke Ming Flanagan, Ingeborg Gräßle, Arndt Kohn, Gilles Pargneaux, Georgi Pirinski, Petri Sarvamaa, Bart Staes, Derek Vaughan, Tomáš Zdechovský, Joachim Zeller |
||||
Suplentes presentes no momento da votação final |
Caterina Chinnici, Marian-Jean Marinescu, Andrey Novakov, Julia Pitera, Richard Sulík |
||||
VOTAÇÃO NOMINAL FINAL NA COMISSÃO ENCARREGADA DE EMITIR PARECER
19 |
+ |
|
ALDE |
Nedzhmi Ali, Martina Dlabajová |
|
ECR |
Richard Sulík |
|
GUE/NGL |
Dennis deJong |
|
EPP |
Ingeborg Gräßle, Marian-Jean Marinescu, Andrey Novakov, Julia Pitera, Petri Sarvamaa, Tomáš Zdechovský, Joachim Zeller |
|
S&D |
Inés Ayala Sender, Zigmantas Balčytis, Caterina Chinnici, Arndt Kohn, Gilles Pargneaux, Georgi Pirinski, Derek Vaughan |
|
Greens/EFA |
Bart Staes |
|
1 |
- |
|
GUE/NGL |
Luke Ming Flanagan |
|
1 |
0 |
|
EPP |
Tamás Deutsch |
|
Legenda dos símbolos utilizados:
+:votos a favor
-:votos contra
0:abstenções
PARECER da Comissão da Agricultura e do Desenvolvimento Rural(14.11.2018)
dirigido à Comissão dos Assuntos Constitucionais
sobre o ponto da situação do debate sobre o Futuro da Europa
()
Relator de parecer: Ivan Jakovčić
ҷÕ
A Comissão da Agricultura e do Desenvolvimento Rural insta a Comissão dos Assuntos Constitucionais, competente quanto à matéria de fundo, a incorporar as seguintes sugestões na proposta de resolução que aprovar:
A.Considerando que os produtos agrícolas da União são parte constituinte do desenvolvimento económico em termos de produção e transformação, bem como do património cultural e gastronómico vivo da União, e reforçam a coesão territorial e social, assim como as tradições locais e regionais; que se regista uma procura crescente de produtos tradicionais e de elevada qualidade a nível europeu e mundial; que o futuro da União depende também da existência de zonas rurais prósperas e dinâmicas, assim como de um vasto território rural;
B.Considerando que a agricultura e a silvicultura desempenham um papel central na gestão eficaz das terras para combater as alterações climáticas com base no respeito dos acordos internacionais, salvaguardando, ao mesmo tempo, a saúde pública em todas as suas vertentes;
C.Considerando que os principais críticos da União apontam para uma discrepância entre as ações propostas pela União e a sua concretização a nível nacional e local, e que a retirada do Reino Unido terá um impacto relevante no futuro financiamento da União;
D.Considerando que, de acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), a procura mundial de alimentos registará um aumento de 70% até 2050 ; que a nova política agrícola comum (PAC) deve assegurar um valor acrescentado económico para a agricultura, melhorar a sua produtividade com menos recursos disponíveis e promover uma concorrência leal, bem como alimentos saudáveis e de alta qualidade a preços razoáveis; que esses objetivos da PAC devem continuar a ser elementos determinantes para o futuro da Europa;
E.Considerando que a igualdade de género é um objetivo nuclear da UE e dos seus Estados-Membros; que muitos dos papéis desempenhados por mulheres nas zonas rurais ajudam a manter a viabilidade das explorações agrícolas e o dinamismo das comunidades rurais; que os esforços para evitar o despovoamento das zonas rurais estão ligados às oportunidades para as mulheres e os jovens, e que as mulheres das zonas rurais se confrontam ainda com numerosos desafios;
1.Frisa a importância da política agrícola comum (PAC), apoiada por um orçamento com um financiamento adequado; recorda a importância fulcral da PAC para a história da União; sublinha o papel fundamental que a PAC desempenha na salvaguarda de zonas rurais pujantes e de um abastecimento alimentar seguro; observa que a futura reforma da PAC é uma oportunidade para reforçar a consecução destes objetivos; relembra que a PAC continua – e deve continuar a ser – uma das políticas mais importantes e mais integradas, e que prosseguirá o seu contributo para a construção do futuro da Europa mediante uma maior integração, preservação do ambiente, segurança alimentar e proteção dos cidadãos da UE;
2.Salienta que a agricultura europeia desempenha um papel vital na alimentação do planeta e na criação de emprego para 46milhões de pessoas; destaca os muitos desafios decorrentes de crises e de comerciais internacionais; sublinha que as medidas legislativas da União para combater as práticas comerciais desleais visam assegurar uma cadeia de abastecimento alimentar mais sustentável, em prol dos agricultores e dos consumidores;
3.Salienta que as políticas agrícolas e de desenvolvimento rural têm um elevado potencial de fornecimento de bens públicos; realça que a agricultura não só é responsável pelo fornecimento de matérias-primas e de produtos à indústria alimentar e a outras indústrias, como tem também uma forte influência no ambiente e no meio rural; considera, por isso, que a qualidade ambiental da União está muito dependente da gestão dos recursos e de uma gestão aplicada a nível das explorações;
4.Subscreve o objetivo de longo prazo de transição para um modelo agrícola europeu orientado para o mercado e sustentável que aumente a competitividade e reduza a necessidade de apoio ao rendimento dos agricultores; solicita um alinhamento da PAC com as restantes políticas da União e frisa a necessidade de uma disciplina orçamental geral; salienta que, sempre que sejam necessários aumentos orçamentais para determinadas prioridades, os cortes devem ser feitos em primeiro lugar, e sobretudo, noutras rubricas;
5.Destaca a necessidade de simplificar verdadeiramente a PAC, visando uma política centrada em resultados e realizações, e não tanto na conformidade; entende que a PAC tem de ser mais orientada para o mercado, proporcionando aos agricultores uma menor dependência das ajudas públicas e aumentando a competitividade no setor;
6.Realça que o problema crescente do despovoamento das zonas rurais deve ser enfrentado com ações específicas e sinergias das políticas da União, com vista a promover a sustentabilidade do setor agrícola europeu, apoiando e incentivando, assim, os jovens agricultores dessas zonas; recorda que a renovação geracional é um desafio que os agricultores enfrentam em muitos Estados-Membros;
7.Sublinha o papel desempenhado pela PAC na manutenção da saúde e do estado do solo, da água e de outros recursos naturais;salienta que os produtores agrícolas europeus estão empenhados nas boas práticas ambientais e nas metas estabelecidas para combater as alterações climáticas;
8.Destaca a importância da produção biológica e das indicações geográficas, assim como das respetivas sinergias, que beneficiam tanto os produtores como os consumidores; recorda a importância do acesso à inovação e do bom funcionamento da cadeia alimentar; apela a que um dos pilares da nova PAC seja consagrado às prioridades que criam postos de trabalho e asseguram a mais elevada qualidade dos produtos agrícolas e géneros alimentícios da UE;
9.Realça o papel crucial da agricultura nas prioridades da União relativas à atenuação do efeito das alterações climáticas e à promoção de um desenvolvimento sustentável; reitera, neste contexto, a necessidade de um orçamento sólido e adequado para a agricultura;
10.Chama a atenção para o declínio dos rendimentos agrícolas na UE, causado pelo aumento dos custos de produção e pela volatilidade dos preços, que têm um impacto negativo na capacidade dos agricultores para manter a produção; destaca os custos que os agricultores europeus têm de suportar para cumprir as normas mais exigentes do mundo em matéria de segurança alimentar, ambiente, bem-estar dos animais e trabalho; sublinha que a PAC tem de compensar os agricultores pelo fornecimento de bens públicos à sociedade;
11.Salienta que os regimes de qualidade das indicações geográficas (denominação de origem protegida, indicação geográfica protegida e especialidade tradicional garantida) protegem os nomes dos produtos contra a utilização abusiva, aumentam a sua visibilidade e o seu valor no contexto de acordos internacionais, bem como os rendimentos dos agricultores e reforçam a confiança dos consumidores; realça que a utilização do logotipo europeu, tal como a utilização de termos que indicam a origem ou a qualidade, confere uma maior visibilidade e garante a qualidade dos produtos agrícolas destinados à exportação;
12.Insiste em que se consagre especial atenção aos agricultores que tenham de fazer face a custos adicionais devido a limitações específicas relacionadas com zonas naturais de elevado valor, como as zonas montanhosas, as ilhas, as regiões ultraperiféricas e outras zonas menos favorecidas; considera que, mercê das suas limitações específicas, o financiamento da PAC é de importância vital para estas regiões e que qualquer redução teria consequências muito prejudiciais para muitos produtos agrícolas; insta os Estados-Membros a desenvolverem e implementarem regimes de qualidade, para dar aos produtores interessados a possibilidade de os aplicar rapidamente;
13.Recorda o apoio do Parlamento, em 2015, à extensão das indicações geográficas aos produtos não agrícolas; entende que essa extensão deve ser seriamente considerada no debate sobre o Futuro da Europa, dado o seu potencial para apoiar as zonas rurais, ao adicionar valor aos produtos tradicionais e ao criar emprego; urge a Comissão a apresentar com celeridade uma proposta legislativa com vista a alargar as indicações geográficas aos produtos não agrícolas;
14.Frisa a necessidade de realizar mais investimentos na agricultura e nos sistemas agroalimentares, bem como de aumentar a despesa na investigação e no desenvolvimento, de forma a promover a inovação, apoiar um aumento da produção sustentável e encontrar melhores formas de dar resposta a problemas como a escassez da água e as alterações climáticas;
15.Destaca a riqueza dos alimentos e sabores europeus e as variedades gastronómicas da Europa; realça, por conseguinte, a necessidade de preservar os produtos e sabores tradicionais regionais e locais da Europa, através de instrumentos da PAC como os programas de apoio ao desenvolvimento rural;
16.Sublinha a importância de uma PAC reformada e devidamente financiada, para dar resposta ao maior número possível de desafios enfrentados pela União no futuro, em particular as alterações climáticas; recorda que a PAC deve apoiar os agricultores de forma mais eficiente, para fazer face às crises agrícolas; frisa a importância da futura PAC no fomento da inovação, da investigação e do desenvolvimento e recorda que cumpre ter em conta os objetivos da PAC na elaboração do futuro programa Horizonte Europa;
17.Realça o papel que os jovens agricultores desempenham na competitividade atual e futura da agricultura europeia e na produção garantida de alimentos; salienta que a agricultura é mais do que uma mera atividade económica, sendo igualmente uma parte essencial de uma União Europeia sustentável; destaca a importância da geração mais jovem para o futuro da Europa;
18.Recorda o contributo das mulheres que vivem nas zonas rurais, enquanto empresárias e promotoras do desenvolvimento sustentável; salienta a necessidade de desenvolver o seu potencial no domínio da agricultura sustentável e a resiliência nas zonas rurais; insta, por isso, a que seja prestado um maior apoio às explorações agrícolas familiares e aos jovens agricultores, bem como ao emprego na agricultura nas zonas rurais, em particular, para os jovens agricultores;
19.Destaca a importância da inovação e investigação, principalmente no domínio do melhoramento e da seleção de plantas, para que a União seja capaz de competir plenamente com o resto do mundo nesta área;
20.Realça que as políticas estruturais e de coesão, assim como a PAC, reduzem a distância entre a União e os seus cidadãos, ao promoverem a integração a nível local e ao garantirem um desenvolvimento territorial equilibrado, em particular nas zonas rurais, periféricas e desfavorecidas; salienta, por conseguinte, a importância de apoiar o desenvolvimento rural e a agricultura biológica no quadro da PAC;
21.Destaca a necessidade de preservar a diversidade da agricultura na UE e reconhece que os mercados locais abastecidos com produtos agrícolas frescos e produzidos localmente são sustentáveis do ponto de vista ambiental e prestam apoio às comunidades agrícolas já existentes; solicita uma melhor promoção das cadeias curtas de abastecimento;
22.Salienta que a PAC contribui para preservar a viabilidade das zonas desfavorecidas, designadamente as zonas montanhosa, desempenhando, assim, um papel essencial para evitar o abandono e o despovoamento de muitas regiões europeias;
23.Sublinha a importância do desenvolvimento rural no apoio a uma agricultura multifuncional e na promoção de parcerias entre agricultores, comunidades locais e sociedade civil, bem como de oportunidades empresariais suplementares, de molde a gerar receitas provenientes de atividades económicas diversificadas;
24.Salienta que o atual êxodo rural exige uma interação entre os instrumentos da PAC e a política de coesão, por forma a aumentar a atratividade das zonas rurais;
25.Sublinha que a PAC não se cinge apenas à agricultura e aos agricultores, mas que procura também apoiar e desenvolver as comunidades rurais mais vastas nas quais estes exercem a sua atividade; faz notar que a União deve reforçar a sua política de desenvolvimento rural, a qual incide num vasto conjunto de matérias, desde o apoio a empresas em fase de arranque nas zonas rurais e o acesso à banda larga, até aos desafios ambientais ou societais específicos enfrentados pelas populações rurais;
26.Reconhece o problema preocupante da fome que afeta o nosso planeta e considera, portanto, que a União deve procurar fortalecer a resiliência perante as crises alimentares, garantindo, assim, a existência de alimentos em quantidade suficiente, nutritivos e a preços acessíveis e contribuindo para alcançar um «Mundo Sem Fome»;
27.Sublinha que os incentivos atualmente previstos para as culturas energéticas sustentáveis não devem, de forma alguma, comprometer a segurança alimentar dos cidadãos;
28.Sublinha a importância do desenvolvimento rural, incluindo da iniciativa Leader, no apoio a uma agricultura multifuncional e na promoção de atividades e oportunidades empresariais suplementares, para gerar receitas do agroturismo e garantir regimes agrícolas apoiados pela comunidade, assim como a prestação de serviços sociais nas zonas rurais;
29.Insta os Estados-Membros a facilitarem os intercâmbios de boas práticas entre os agricultores europeus, com o intuito de fomentar a cooperação e reforçar a identidade europeia.
INFORMAÇÕES SOBRE A APROVAÇÃO NA COMISSÃO ENCARREGADA DE EMITIR PARECER
Data de aprovação |
12.11.2018 |
||||
Resultado da votação final |
+: –: 0: |
25 8 3 |
|||
Deputados presentes no momento da votação final |
John Stuart Agnew, Clara Eugenia Aguilera García, Eric Andrieu, José Bové, Daniel Buda, Matt Carthy, Jacques Colombier, Michel Dantin, Paolo De Castro, Albert Deß, Diane Dodds, Herbert Dorfmann, Norbert Erdős, Luke Ming Flanagan, Karine Gloanec Maurin, Martin Häusling, Jan Huitema, Peter Jahr, Ivan Jakovčić, Jarosław Kalinowski, Zbigniew Kuźmiuk, Norbert Lins, Philippe Loiseau, Giulia Moi, Ulrike Müller, Maria Noichl, Marijana Petir, Maria Lidia Senra Rodríguez, Czesław Adam Siekierski, Tibor Szanyi, Maria Gabriela Zoană, Marco Zullo |
||||
Suplentes presentes no momento da votação final |
Franc Bogovič, Maria Heubuch, Anthea McIntyre, Momchil Nekov, Hilde Vautmans, Miguel Viegas, Thomas Waitz |
||||
VOTAÇÃO NOMINAL FINAL NA COMISSÃO ENCARREGADA DE EMITIR PARECER
25 |
+ |
|
ALDE |
Ivan Jakovčić, Ulrike Müller, Hilde Vautmans |
|
ECR |
Anthea McIntyre |
|
EFDD |
Giulia Moi, Marco Zullo |
|
NI |
Diane Dodds |
|
PPE |
Franc Bogovič, Daniel Buda, Michel Dantin, Albert Deß, Herbert Dorfmann, Norbert Erdős, Peter Jahr, Jarosław Kalinowski, Norbert Lins, Marijana Petir |
|
S&D |
Clara Eugenia Aguilera García, Eric Andrieu, Paolo DeCastro, Karine Gloanec Maurin, Momchil Nekov, Maria Noichl, Tibor Szanyi, Maria Gabriela Zoană |
|
8 |
- |
|
EFDD |
John Stuart Agnew |
|
GUE/NGL |
Matt Carthy, Luke Ming Flanagan, Maria Lidia Senra Rodríguez, Miguel Viegas |
|
VERTS/ALE |
José Bové, Martin Häusling, Thomas Waitz |
|
3 |
0 |
|
ALDE |
Jan Huitema |
|
ENF |
Jacques Colombier, Philippe Loiseau |
|
Legenda dos símbolos:
+:votos a favor
-:votos contra
0:abstenções
ANEXO: CARTA DA COMISSÃO DOS ASSUNTOS JURÍDICOS
Deputada Danuta Hübner
Presidente da Comissão dos Assuntos Constitucionais
ASP 12E157
Bruxelas
Assunto: Parecer da Comissão dos Assuntos Jurídicos sobre o debate sobre o futuro da Europa – 2018/2094 (INI)
Senhora Presidente,
Antes das férias de verão, o relator da Comissão dos Assuntos Constitucionais, Ramon Jáuregui Atondo, solicitou às comissões que emitissem parecer sobre o relatório de iniciativa não legislativa da Comissão AFCO sobre o estado do debate sobre o futuro da Europa. Por conseguinte, os coordenadores da Comissão dos Assuntos Jurídicos decidiram, na sua reunião de 9 de julho de 2018, emitir um parecer sob a forma de carta, nos termos do artigo53.º do Regimento, centrando-se estritamente nas competências da nossa comissão. Fui nomeado relator de parecer.
Nessa qualidade, gostaria de expressar o meu acordo com a abordagem adotada no projeto de relatório da Comissão AFCO no sentido de resumir os temas do debate sobre o futuro da Europa e de orientar e clarificar os diversos percursos da integração europeia nas vésperas das eleições de 2019. Assim sendo, o objetivo do presente exercício não consiste em decidir das diferentes opções, mas sim em definir os problemas, descrever os desafios e sugerir as vias que devem ser abordadas pela política europeia e pelos novos representantes saídos das próximas eleições.
Na reunião da Comissão JURI de 3 de setembro de 2018 foi realizada uma troca de pontos de vista sobre o tema. Na sequência da troca de pontos de vista entre os coordenadores por procedimento escrito, o parecer infra foi aprovado em comissão na reunião de 10 de outubro de 2018, por 20 votos a favor, 2 contra e 0 abstenções[1].
A Comissão JURI insta a Comissão AFCO, competente quanto à matéria de fundo, a incorporar as seguintes sugestões na proposta de resolução que aprovar:
1.Sublinha que as questões relativas à subsidiariedade e à proporcionalidade devem ser claramente expostas aos cidadãos, a fim de demonstrar que a União Europeia funciona no interesse de todos e que as decisões são tomadas ao nível mais baixo possível com a participação dos cidadãos; salienta, além disso, que as questões relacionadas com a subsidiariedade e a proporcionalidade são uma responsabilidade comum da União, dos seus Estados-Membros e de todas as instituições a todos os níveis e que participam na preparação e na aplicação da legislação e das políticas da União; incentiva a Comissão a apresentar, tal como anunciado no seu programa de trabalho para 2018, a comunicação sobre o reforço da subsidiariedade, da proporcionalidade e da melhoria da regulamentação no funcionamento quotidiano da União Europeia;
2.Salienta que a aplicação adequada do direito da UE é essencial para a execução das políticas da União e para a promoção da confiança mútua entre a União, os Estados-Membros e os cidadãos;
3.Destaca a necessidade de consagrar especial atenção ao direito administrativo da UE, conforme demonstrado na sua Resolução de 9 de junho de 2016, em que se apela a uma administração europeia aberta, eficaz e independente[2], seguida de uma avaliação de impacto do EPRS e de uma consulta pública;
4.Salienta a importância da cooperação a nível interinstitucional, respeitando as prerrogativas de cada instituição consagradas nos Tratados, que foi dotado de um novo quadro com o acordo interinstitucional «Legislar melhor», de 13 de abril de 2016, e sublinha que a simplificação é um exercício em curso que visa facilitar a compreensão dos processos e procedimentos a nível da UE, a fim de assegurar que os pontos de vista de todas as partes interessadas são tidos em conta e, em última análise, de facilitar a participação dos cidadãos nos trabalhos da União Europeia;
5.Realça que os grandes desafios globais atuais, como a digitalização, a automatização, a migração, o terrorismo e as alterações climáticas, continuarão a exercer pressão sobre os sistemas judiciais da União Europeia e dos Estados-Membros; está convicto de que estes desafios só podem ser superados com uma União Europeia forte, através de soluções inovadoras que devem ser encontradas para continuar a aproximar as legislações nacionais, reforçar a cooperação judiciária, prosseguir a reforma da União, dentro dos limites dos atuais Tratados, e continuar a supervisionar a aplicação do direito da UE;
6.Entende que qualquer política futura no domínio das novas tecnologias deve nortear-se por princípios éticos que permitam manter a tónica nas pessoas e na vida das pessoas.
Estou convicto de que estas considerações constituem um contributo útil para o relatório elaborado pela Comissão de Assuntos Constitucionais.
Com os melhores cumprimentos,
Pavel Svoboda
- [1]Encontravam-se presentes no momento da votação final: Pavel Svoboda (Presidente e relator), Jean-Marie Cavada, Mady Delvaux, Lidia Joanna Geringer de Oedenberg (Vice-Presidentes), Max Andersson, Joëlle Bergeron, Kostas Chrysogonos, Geoffroy Didier, Pascal Durand, Angel Dzhambazki, Rosa Estaràs Ferragut, Enrico Gasbarra, Sajjad Karim, Sylvia-Yvonne Kaufmann, Gilles Lebreton, António Marinho e Pinto, Angelika Niebler, Virginie Rozière, József Szájer, Axel Voss, Tiemo Wölken, Francis Zammit Dimech, Tadeusz Zwiefka.
- [2]P8_TA(2016)0279
INFORMAÇÕES SOBRE A APROVAÇÃONA COMISSÃO COMPETENTE QUANTO À MATÉRIA DE FUNDO
Data de aprovação |
27.11.2018 |
||||
Resultado da votação final |
+: –: 0: |
18 6 0 |
|||
Deputados presentes no momento da votação final |
Gerolf Annemans, Elmar Brok, Fabio Massimo Castaldo, Pascal Durand, Esteban González Pons, Danuta Maria Hübner, Diane James, Ramón Jáuregui Atondo, Alain Lamassoure, Jo Leinen, Morten Messerschmidt, Maite Pagazaurtundúa Ruiz, Markus Pieper, Paulo Rangel, Helmut Scholz, György Schöpflin, Barbara Spinelli, Claudia Țapardel, Josep-Maria Terricabras |
||||
Suplentes presentes no momento da votação final |
Sylvia-Yvonne Kaufmann, Jasenko Selimovic, Rainer Wieland |
||||
Suplentes (art. 200.º, n.º 2) presentes no momento da votação final |
Wajid Khan, Constanze Krehl |
||||
VOTAÇÃO NOMINAL FINAL NA COMISSÃO COMPETENTE QUANTO À MATÉRIA DE FUNDO
18 |
+ |
|
ALDE |
Maite Pagazaurtundúa Ruiz, Jasenko Selimovic |
|
PPE |
Elmar Brok, Esteban González Pons, Danuta Maria Hübner, Alain Lamassoure, Markus Pieper, Paulo Rangel, György Schöpflin, Rainer Wieland |
|
S&D |
Ramón Jáuregui Atondo, Sylvia Yvonne Kaufmann, Wajid Khan, Constanze Krehl, Jo Leinen, Claudia Țapardel |
|
VERTS/ALE |
Pascal Durand, Josep Maria Terricabras |
|
6 |
- |
|
ECR |
Morten Messerschmidt |
|
EFDD |
Fabio Massimo Castaldo |
|
ENF |
Gerolf Annemans |
|
GUE/NGL |
Helmut Scholz, Barbara Spinelli |
|
NI |
Diane James |
|
0 |
0 |
|
Legenda dos símbolos utilizados:
+:votos a favor
-:votos contra
0:abstenções